10. Não

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Kihyun POV

— Ótimo, então esse é o seu plano? — Minhyuk perguntou quandome sentei após me apresentar para a turma — Continuar sendo esquisito e excluído?

— Eu não quero me aproximar dele. — escutei ele suspirar e deixar um beijo na minha cabeça, escutamos o rapaz magro e alto que estava sentado na nossa frente rir, o que me deixou confuso — Posso ajudar?

— Não há nada de errado em ser esquisito e excluído. — o rapaz me respondeu, sem ao menos olhar para trás

— Você também é? — eu perguntei e ele assentiu

— Pode andar com a gente se quiser! — escutei Minhyuk bufar e o condenei com o olhar

— Não.

— Precisava falar desse jeito? Você não tem educação? — ele se sentou de lado na carteira, me olhou e arqueou uma das sobrancelhas

— Você sabe quem eu sou?

— Eu não faço a mínima ideia. — olhei para Minhyuk, que estava com a cabeça deitada na mesa — Você sabe? — sussurrei

— Eu não sei nem quem eu sou, Kihyun. Ah não, eu sei sim — ele levantou a cabeça — eu sou um esquisito e excluído. — o rapaz alto riu e eu o olhei novamente

— Eu aceito andar com vocês então, vocês são engraçados.

— Qual é o seu nome?

— Chae Hyungwon

— Caralho, você é um Chae? — olhei confuso para Minhyuk, que já havia levantado a cabeça e depois para Hyungwon — Eu não acredito nisso. — Minhyuk disse rindo — Como um cara como você tem a coragem de se descrever como esquisito e excluído?

— Eu odeio puxa sacos e não me interesso nem um pouco em socializar com essa gente. — o rapaz alto, que tinha o cabelo castanho escuro disse ao olhar para a turma

— Você é mal humorado assim sempre?

— Eu não estou mal humorado. — arqueei uma das sobrancelhas

— Cara, você é um Chae mesmo? — Minhyuk perguntou e o outro assentiu

— O que tem ele ser um Chae? — eu perguntei e os dois riram.

— Kihyun, os pais desse garoto são donos da metade da cidade. Eles são donos de quase todas as cafeterias e do shopping, fora algumas lanchonetes também, é tudo dele. — eu fiquei boquiaberto e olhei para Hyungwon

— Deve ser realmente difícil todo mundo saber disso e você nunca ter certeza se as pessoas gostam de você ou é só interesse, agora faz sentido. — ele sorriu e me encarou

— É... — eu sorri e o sinal tocou.

— É o nosso intervalo? — ele assentiu e pegou o celular, se ajeitou na carteira e começou a usá-lo.

— Você não sai no intervalo? — Minhyuk perguntou e o garoto negou com a cabeça

— Não me misturo com essa gente, lembra?

— Sai com a gente hoje — eu disse sorrindo e me levantei, Minhyuk riu — Vamos, queremos conhecer a escola melhor — ele olhou para mim e para Minhyuk por alguns segundos e deu um sorriso de canto, se levantou devagar e andou em direção à porta, nós o seguimos.

O refeitório era enorme, assim como toda a escola. Nos sentamos em uma mesa não muito afastada, olhei para os lados e meu olhar parou em uma mesa um pouco longe da nossa, o rapaz da boate me olhava e lá, ele tentou disfarçar quando o olhei, mas falhou. O amigo dele também estava lá, eles estavam sentados com mais uns seis garotos.

— Não olha muito, Kihyun. — Hyungwon disse enquanto escrevia algo no celular, desviei o olhar envergonhado

— Para onde? — Minhyuk perguntou e Hyungwon acenou com a cabeça na direção da mesa, Minhyuk olhou e logo me lançou um sorriso malicioso quando percebeu que o rapaz estava lá. — Qual é o problema de olhar para eles?

— Eles são meio nojentos, sabe? Acham que são os bonzoes e debocham de todo mundo. Como vocês são novatos, podem implicar com vocês.

— Eles implicam com você?

— Se eles implicarem comigo eu compro a empresa onde os pais deles trabalham só pra demitir eles, ou dou um jeito de falir eles, não importa. O maior medo desses moleques é ficar pobre um dia — ele riu e Minhyuk suspirou — E eles sabem que se meus pais estalarem os dedos, podem levar problemas sérios a eles. Jamais seriam loucos de mexer comigo.

— Todos eles são ridículos assim? — eu perguntei meio decepcionado enquanto tirava a embalagem do meu sanduíche devagar.

— Se está querendo saber se o cara com quem você teve um lance é assim, eu não sei. Mas mim, é tudo farinha do mesmo saco, exceto o Wonho, tenho dúvidas sobre ele.

— C-Como sabe que tive algo com ele? — limpei a garganta — Quer dizer, eu nunca tive nada com ele. — Minhyuk e Hyungwon riram em juntos.

— Se você diz... — Hyungwon disse e voltou a mexer no celular

— Quem é Wonho?

— O amigo do Changkyun. — o olhei confuso e ele riu

— São os dois garotos que foram falar com vocês na sala, o mais forte é o Wonho. — ele disse sem ao menos parar de usar o celular

— Sem querer ser intrometido, mas o que você tanto faz nesse celular? Pelo menos coma. — Minhyuk disse.

— Não queria ser intrometido, mas foi. — ele suspirou — Estou tentando falar com o meu namorado. — nós não respondemos nada, já que ele falou de um jeito, que deixou o ambiente tenso —  Vocês já namoraram? — nós negamos com a cabeça.

— Por que a pergunta? — perguntei.

— Nada, eu só... estou achando ele estranho, não nos falamos mais como antes, ele raramente me responde.

— Talvez ele só esteja sem tempo. — eu disse e ele riu.

— Vocês são tão estranhos, como podem me fazer sentir confiança em vocês a ponto de falar da minha vida pessoal sem ao menos nos conhecermos?

— Nós somos legais — Minhyuk disse convencido ao cruzar as pernas e arrumar o cabelo, o que fez com que os três rissem.

Assim que o sinal tocou, nós voltamos para a aula. O restante da manhã foi legal, exceto pelo fato de que eu e Minhyuk tivemos que nos apresentar mais vezes, eu estava morrendo de vergonha, principalmente por Changkyun estar ali. Senti o olhar dele sobre mim a manhã inteira, mas sempre que eu o olhava, ele desviava o olhar.

A Bad Life [Changki; 2won]Onde histórias criam vida. Descubra agora