18. Claro que não

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Eu me retirei do escritório e assim que fechei a porta, suspirei antes de subir as escadas correndo, tomei banho e me arrumei, do meu jeito. Peguei a calça que Minhyuk mandou e sai do quarto, tomando cuidado para não fazer barulho. Parei na frente da porta do quarto do meu pai e verifiquei se havia algum barulho ou luz acesa, não havia nada. Desci as escadas e fiz o mesmo com o escritório e a cozinha, ele também não estava por alí, o que me fez entender que ele já havia ido dormir. Fui até a porta dos fundos e saí, ainda tentando não fazer barulho, assim que fechei a porta, eu estava prestes a surtar. Eu estava fora de casa, essa hora da noite, sozinho. Eu havia acabado de fugir de casa, menti para o meu pai e estava parado do lado de fora.

Assim que voltei a mim, praticamente corri até a casa de Minhyuk, ele morava três quarteirões depois do meu, fui a pé mesmo, era perto e eu não queria correr o risco de esperar o táxi alí e meu pai acabar me descobrindo.

— Eu não acredito que você veio mesmo — Minhyuk disse rindo quando abriu a porta de sua casa — Meu Deus, o que esse garoto fez com você, Kihyun?

— Vai ficar rindo da minha cara ou vai me deixar entrar? — ele começou a rir mais ainda e me puxou para dentro — Sua mãe já chegou?

— Ainda não, vamos nos arrumar logo, se ela chegar e te ver aqui, vai fazer muitas perguntas e você vai ter que responder.

Como o combinado, Minhyuk me arrumou de novo e eu estava ainda mais ridículo do que da última vez, na verdade, eu acho que estava, eu me recusei a me olhar no espelho. Eu não impliquei com Minhyuk e nem tentei arrumar meu cabelo, confiei cem por cento nele, eu quase sempre me arrependia quando fazia isso, mas Changkyun gostou de como Minhyuk me vestiu da última vez, então estava contando com que ele gostasse de novo.

Assim que ambos estávamos prontos, pedimos um táxi e logo chegamos no endereço que os meninos haviam passado para Minhyuk.

A festa era em uma casa imensa, conseguimos escutar a música alta antes mesmo de chegarmos na rua da casa, haviam pessoas por todo lugar, era como a boate que eu havia ido na semana passada, só que em uma casa. Nós entramos na casa e nos sentamos em um dos sofás que haviam por alí. Procurei Changkyun com o olhar o tempo todo e alguns minutos depois, o encontrei passando pelo porta, ele havia acabo de chegar e já me encarava de longe, com um sorriso no rosto.

— Acho que estou atrapalhando — Minhyuk se levantou e então eu segurei seu braço.

— Onde você pensa que vai?

— Vou andar por aí, pegar bebida ou sei lá.

— Mas você não conhece ninguém aqui.

— E daí? Vou passar a conhecer agora. — ele riu e bagunçou meu cabelo antes de se retirar. Olhei para o lado e vi Changkyun se aproximar sorridente.

— Você não faz ideia de como fica lindo vestido assim — eu abaixei o olhar envergonhado e sorri.

— Que bom que gostou.

— Não se vestiu assim pra mim, se vestiu? — eu arregalei os olhos e o olhei, fiquei nervoso e um pouco irritado por ele estar certo.

— Claro que não. — ele riu e se sentou ao meu lado

— Tudo bem então, mas espero que você saiba que fica lindo de qualquer jeito, então não precisaria se preocupar com isso.

— Ainda bem que eu não me preocupo. — eu disse tentando o convencer enquanto falhava em segurar o sorriso e parecer não estar feliz e aliviado em escuta-lo dizer aquilo. Ele riu e me encarou por um tempo — O que foi? — perguntei quando comecei a me incomodar com seu olhar fixo em mim

— Estou pensando na mensagem que você me mandou ontem. Sobre querer arriscar, você estava falando sério?

— Eu não pensei direito antes de escrever aquilo. — ele se aproximou mais um pouco e tocou minha coxa, apertando a mesma logo depois.

— E sobre sentir falta dos meus toques? — ele sussurrou no meu ouvido e eu senti meu corpo inteiro arrepiar

— E-Eu também não pensei direito.

— Eu gosto quando você não pensa.

— Eu só faço besteira quando eu não penso. — ele beijou meu pescoço e apertou minha coxa mais uma vez, subindo um pouco a mão — Quer saber de uma coisa? — eu perguntei e o olhei, ele assentiu e não parava de olhar para os meus lábios — Eu já fiz uma besteira imensa em vir até aqui, então não acho que tenha problema fazer mais algumas, não é? — ele riu e me beijou.

— Sabe, o dono da casa é meu amigo a muitos anos, eu já dormi aqui várias vezes. Acho que ele não se incomodaria em me emprestar o quarto de hóspedes mais uma vez. — eu sorri e o beijei novamente, eu não acreditava que estava fazendo aquilo de novo, mas estava gostando.

A Bad Life [Changki; 2won]Onde histórias criam vida. Descubra agora