37. Eu sei

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Me levantei devagar e hesitante, peguei a primeira coisa que vi pela frente, um quadro. Comecei a me aproximar da varanda devagar e assim que cheguei nela, vi a última pessoa que eu esperava encontrar alí.

- Changkyun?! - ele estava no chão, começando a se levantar, coloquei o objeto que segurava no chão e o ajudei.

- Escalar varandas é bem mais fácil nos filmes. - ele colou uma mão nas costas e fez uma careta de dor - Acho que quebrei minha costela. - o ajudei a andar até o quarto, mesmo que eu também estivesse com o corpo dolorido, ele se sentou e sorriu.

- Você é maluco? O que você está fazendo aqui? Se meu pai pegar você aqui, ele vai matar nós dois, no sentido literal.

- Eu vim cuidar de você.

- Você vai acabar me matando, Changkyun. Vai embora antes que meu pai pegue você aqui - eu disse o puxando, mas ele se soltou de minhas mãos - Como você descobriu onde eu moro?

- Minhyuk...

- Ele te disse até qual era a minha varanda?

- Na verdade não, eu fui parar na varanda do seu pai primeiro.

- O QUE? - eu gritei e ele se levantou rápido, tapando minha boca com sua mão.

- Para de gritar. - ele sussurrou e retirou a mãos da minha boca devagar - Olha só, eu vim até aqui correndo, escalei a sua casa duas vezes, vi seu pai de toalha pela janela da sacada e ainda me machuquei, você tinha que no mínimo me dar um beijo.

- Você... viu meu pai de toalha? - perguntei segurando a risada e ele assentiu.

- Ele é bem forte...

- Sim, a mão dele é bem pesada. - alisei meus braço ainda doloridos, Changkyun me deu um beijo na testa e passou seus dedos pela minha bochecha.

- Por que seu rosto está vermelho assim? - eu não o respondi, apenas desviei o olhar - No rosto, Kihyun? - assenti, senti meus olhos marejarem e os fechei devagar, deixando que uma lágrima escorresse, ele me abraçou e então eu retribuí o abraço, me permitindo chorar. Changkyun me pegou no colo, me deitou na cama e deu um beijo em minha testa, retirou seus sapatos, se deitou atrás de mim e me abraçou.

- Você não pode ficar aqui, Changkyun.

- Eu vou embora assim que você dormir, tudo bem? - eu não resisti mais, era muito bom ser abraçado por ele, eu realmente gostava de tê-lo por perto e eu precisava daquilo naquele momento - Eu vou te ajudar a acabar com isso.

- Como?

- Minhyuk me contou que você ainda vai fazer aniversário esse ano e vai ser de maior, certo? - eu assenti - Daqui a quanto tempo?

- No final do ano, daqui a sete meses.

- Temos tempo para nos organizar, eu tenho um dinheiro guardado, nós podemos juntar mais até lá e comprar um lugar pra você, ou então alugar, você não vai mais depender do seu pai. Eu só quero te tirar daqui e fazer com que sua dor e seu medo parem.

- Nós podemos conversar sobre isso outro dia? Eu estou cansado agora. - apesar de tudo, eu ainda não tinha certeza sobre querer sair de casa, meu pai tinha todo um futuro planejado para mim, ele era uma das pouquíssimas pessoas que eu tive durante toda a minha vida e eu era a única que ele tinha.

- Tudo bem. - peguei a mão dele e a levei até meus lábios e dei dois beijos na mesma antes de devolvê-la ao meu peito e entrelaçar nossos dedos - Kihyun? - o respondi com um "hm?" - Eu também te amo.

- Eu sei. - o respondi em um sussurro ainda mais baixo que o dele e o escutei uma risadinha antes de cair no sono.

A Bad Life [Changki; 2won]Onde histórias criam vida. Descubra agora