24. Um imprevisto

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Kihyun POV

— Pensei que você não fosse voltar. — eu disse quando Minhyuk passou pela porta.

— Eu tive um imprevisto. — ele disse se sentando e minha mesa.

— Que tipo de imprevisto?

— O Changkyun...

— Eu não quero falar dele.

— Ele levou um soco — eu arregalei os olhos e ele deu uma risadinha — Alguns chutes também.

— O que? Por que? Ele está bem?

— Pensei que você não quisesse falar dele. — o dei um soco no braço e ele grunhiu — Ei, eu estou mais quebrado do que você, isso doeu bem mais do que deveria.

— Me desculpa, agora fala logo o que aconteceu.

— Ele achou que o cara que me bateu, tinha batido em você também e foi tirar satisfações com ele, o resto você já deve imaginar.

— Eu não estou acreditando nisso, ele é maluco. — eu tentava não sorrir, mas era inevitável.

— É você quem está enlouquecendo ele. Você tinha que falar com ele e pedir desculpas, não teve motivo para tratar ele daquela forma.

— Foram os amigos dele que fizeram aquilo, ele anda com aqueles garotos, fora que eu só estava lá por causa dele.

— A culpa não foi dele, fora que nem fizeram nada tão absurdo assim comigo.

— Eles quase mataram você Minhyuk.

— Não foi pra tanto, pra ser sincero, não tinha nem necessidade de chamar uma ambulância.

— Você não conseguia se levantar e está todo machucado. — ele suspirou — Eles vão se arrepender depois do processo.

— Não vai adiantar processar eles, Kihyun.

— Por que não?

— Olha pra mim e olha pra eles, quanto você acha que podem pagar pra se sair bem dessa? E quanto você acha que eu posso?

— Eu pago.

— Seu pai não vai querer gastar o dinheirinho da sua educação comigo. Nem meu pai vai se dar esse trabalho, por que o seu daria?

— Não, eu pago. Você sabe que eu tenho dinheiro guardado, eu nunca gasto o que meu pai me dá.

— Você mal pode sair de casa, vai gastar com o que?

— Exatamente! Vou gastar com coisas importantes, como isso.

— Não.

— O que?

— Não Kihyun, você não vai gastar seu dinheiro comigo.

— O que? Por que?

— Por que você vai precisar desse dinheiro pra sair daquela casa quando for de maior.

— Nós já conversamos sobre isso, eu não sei se quero sair de lá.

— Kihyun, olha o seu estado.

— O que que tem?

— O que que tem? Ele espanca você.

— Não é assim. Você sabe muito bem que ele só faz isso quando desobedeço ele. Eu como filho não deveria fazer essas coisas, ele está certo, está fazendo seu papel de pai em me educar.

— Eu não acredito que estou ouvindo isso mesmo, você não tem a mínima ideia da gravidade disso, não é? Já olhou sua cara no espelho hoje? E seu corpo? — ele levantou um pouco minha blusa, ciente de que haveriam hematomas alí e eu afastei sua mão — Você está todo machucado e acha que isso é normal?

— Você não pode falar nada, também está todo machucado.

— E você quer que eu processe quem me deixou assim, por que não faz o mesmo?

— É diferente, ele é meu pai.

— Só é diferente porque você é hipócrita. — ele rebateu e eu abaixei a cabeça, ficamos um tempinho em silencio, depois deixei que algumas lágrimas escorressem de meus olhos e logo senti os braços de Minhyuk me envolverem em um abraço.

— Eu não sei o que fazer, eu faço tudo errado, minha cabeça está cheia, eu realmente não sei o que fazer.

— Vai ficar tudo bem, eu vou estar do seu lado sempre.

— Mesmo se eu errar?

— Sim, independente da situação, eu vou estar aqui por você, tudo bem? — eu assenti e ele se afastou, sorrindo pra mim e bagunçando meu cabelo, empurrei seu braço e ele riu, o que me fez rir também.

A Bad Life [Changki; 2won]Onde histórias criam vida. Descubra agora