16. Apaixonado.

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Já era sexta, o dia da festa do tal do Jackson e eu ainda não fazia a mínima ideia de se iria ou não, Minhyuk estava quase me obrigando a ir, mas eu não tinha como, não com meu pai em casa, eu ainda estava traumatizado pelo que fiz na semana anterior, toda vez que meu pai falava comigo, eu gelava, achando que de algum jeito ele havia descoberto o que eu havia feito. Eu estava me comportando ao máximo para não ter problemas com ele.

Minha relação com Changkyun continuou a mesma durante esses dias, ele tentava se aproximar e eu juntava todas as forças que eu tinha para não o dar espaço algum.

~

— Vocês querem ir pra cafeteria com a gente hoje? — Changkyun perguntou para mim e Minhyuk assim que o sinal tocou.

— Claro. — Minhyuk o respondeu de um jeito animado.

— Eu não posso. — eu disse enquanto terminava de arrumar meu material.

— Por que não? — Changkyun perguntou sorridente e eu suspirei.

— Kihyun precisa ir para a segunda casa dele.

— Cala a boca, Minhyuk— eu disse, fazendo com que os dois rissem — Vou para a biblioteca.

— Então você gosta de ler? — Changkyun perguntou anda sem tirar o sorriso do rosto.

— Um pouco, mas eu vou para estudar.

— Eu posso ir com você?

— O que? Não!

— Por favor, eu prometo não te incomodar.

— Faz o que você quiser, a biblioteca é pública. — me virei em direção à porta e consegui o escutar rir antes de sair.

Não demorou para que meu carro chegasse e parasse na frente da calçada da escola, como sempre. Entrei nele e logo cheguei na biblioteca, cumprimentei a bibliotecária e me dirigi até uma mesa no canto, onde eu quase sempre me sentava. Retirei meu material da mochila e logo abri meus livros nas páginas que eu havia marcado mais cedo. Senti alguém se aproximar e olhei para o lado, era Changkyun.

— Eu não acredito que você realmente veio. — eu disse enquanto voltava a olhar para os livros. Ele se sentou ao meu lado, um pouco afastado, mas só em estar alí, já me causou as mesmas sensações insuportáveis de sempre: meu coração começou a acelerar e parecia que haviam algumas borboletas em meu estômago.

— Claro que eu vim.

— O que está fazendo aqui?

— Eu vim estudar com você, não é óbvio?

— Por que? Eu já disse que não quero me aproximar de você, eu não quero ser seu amigo.

— Isso tudo é medo?

— Medo do que?

— De se apaixonar por mim — eu arqueei uma das sobrancelhas e ele sorriu, não consegui responder nada, ele estava certo. — É isso, não é? — desviei o olhar e o escutei dar uma risadinha baixa — Se é que você já não está apaixonado.

— Eu nem conheço você.

— Isso não é desculpa, eu também não te conheço direito e estou.

— Está o que?

— Apaixonado.

— Você se apaixona rápido demais.

— É a primeira vez que acontece. — escutei ele suspirar e o olhei.

— Você não vai desistir, não é?

— Desistir do que?

— De mim.

— Nunca.

— Você é muito insistente.

— E você é medroso, não tem nada demais em gostar de alguém, Kihyun. Você deixa nítido que eu desperto alguma coisa em você, então por que hesitar tanto?

— Você não entende.

— Não, eu não entendo. Eu juro que tento entender você, mas eu não consigo. — pela primeira vez, ele não falou com o tom doce de sempre, parecia chateado, ou até um pouco irritado — Você é muito confuso. — abaixei minha cabeça e suspirei.

— Eu sei, me desculpe por isso. — ele se aproximou mais um pouco de mim e me encarou.

— Você não tem motivos para se desculpar. — ele sussurrou e acariciou meu cabelo, ato esse que fez meu coração acelerar ainda mais, meu corpo inteiro arrepiar e as borboletas em meu estômago ficarem ainda mais agitadas. Foi apenas um simples toque, mas só ter Changkyun me tocando de novo já era o suficiente para me causar todas essas reações. — Eu gosto disso. — o olhei surpreso e confuso, ele sorriu — Eu gosto do seu jeitinho, até mesmo do seu jeito de ser complicado, Kihyun. — eu não consegui segurar o sorriso, esse que ficou ainda mais largo quando ele me deu um beijo na testa — Eu quero aprender a lidar com você. — ele desceu um pouco o rosto, encostando sua testa na minha. Eu não consegui reagir, apenas fechei os olhos e aproveitei sensação de tê-lo tão perto — Me deixe tentar.

— Eu não posso. — eu disse em um tom extremamente baixo, já que eu não queria dizer aquilo.

— Por favor.

— Não, Changkyun. — eu abri os olhos e me afastei um pouco, nossos olhares se encontraram e eu reparei que os olhos dele marejavam. "Ele gosta tanto assim de mim?" pensei. Ele não disse mais nada, apenas se levantou devagar e em silêncio, com a cabeça baixa. Meu coração que antes eu sentia acelerar, agora parecia estar sendo esmagado. Changkyun me deu um última olhada e tentou forçar um sorriso antes de se retirar.

A Bad Life [Changki; 2won]Onde histórias criam vida. Descubra agora