A teoria do fogo

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Meu coração batia à mil.

Passei a mão na cabeça impaciente tentando me explicar como  e o porquê de eu ter parado na cama de Gerard.

Caía uma chuva torrencial lá fora, e eu estava morrendo de medo de ele está em casa naquele quarto de pintura maluco.

Levantei devagar e não pude deixar de me olhar no grande espelho de seu quarto.

Estava tudo muito escuro, então eu fazia a tentativa idiota de arregalar os olhos para tentar enxergar algo.

Eu estava alcançando o fim do corredor, e quando passei por sua porta, a luz fora ligada.

Eu estava perdido.

Gerard segurava o interruptor e me olhava.

Nada de surpresa ou raiva.

Apenas nada.

Ele estava encharcado de água.

Mas que diabos de horas eram para ele chegar assim?

E porque diabos eu estava me preocupando com a hora que Gerard chegava?!

— Vejo que gostou mesmo do meu habitat.

Seus sapatos faziam toc toc no chão de madeira. Os cabelos médios pingando de água me davam agonia.

Mas eu não conseguia parar de olhá-lo. Não quando ele me olhava daquele jeito.

Instigante.

Como se sempre soubesse algo mais.

Eu não sabia o que dizer, e de certa maneira eu estava com vergonha.

Morrendo de vergonha. Como iria explicar porque estava ali, se nem mesmo eu sabia?

— Me-me me desculpa. Sério não queria invadir seu apartamento. E-eu já estou indo. — Falei, me dirigindo à porta.

Mas antes que eu chegasse até ela, ele me impediu segurando meu braço.

— Eu pego e chuva e é você quem treme? — Disse. Eu pude sentir o calor de seu hálito de cigarro e uísque.

E sim, não havia notado, mas eu tremia por completo.

— Não estou tremendo. Me desculpa, eu ando sonâmbulo ultimamente.

— Então fique.

Ele não pediu ou sugeriu; implorou. Ele simplesmente me olhou, chocoalhou as chaves num ritmo específico, e eu senti vontade de dormir. Logo veio o êxtase.

E dali por diante eu já não era mais o Frank. O Frank forte e seguro.

Eu não resisti e senti a necessidade de ficar.
Sentia que se não o fizesse, algo poderia me acontecer.

Dei meia volta e sentei no sofá.

— Bem, quer algo para beber?

— Da última vez que eu bebi algo que você me ofereceu, tive um orgasmo.

Magnífico. — Comentou nostálgico.

— O orgasmo?

Eu não entendi.

— Não. — Ele falou fazendo a frouxidão de sua gravata no espelho oval do lado do portal do corredor. — Você o tendo.

Fala sério ele estava dando em cima de mim?

— Ter um orgasmo é uma arte. Assim como você. Deveria me deixar pintá-lo.

Mas que merda.

— Absolutamente não, Gerard.

Drowning Lessons (Em Revisão) || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora