O dossiê

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Uma semana depois eu fui presenteado com o dossiê completo dos Warren em PDF.

Imprimi e fui até minha sala.

Coloquei os óculos, um tanto excitado pela leitura.

Era realmente curioso estar interessado neles, afinal, até então eles haviam se mostado apenas estranhos e discretos.

Mas quando a história deles, se choca violentamente com a de Gerard, minha curiosidade e interesse me toma em um todo.

E covenhamos.

Coincidências, muitas vezes nunca são apenas coincidências.

No momento em que eu iria abrir o documento, uma ligação me chama a atenção.

— Alô?

— Alô?! — A voz falou exaltada do outro lado da linha.

— Watson?!

— É sou eu... Esse telefone é novo, detesto touch screen.

— Que bom que largou o qwerty. — Falei, relaxando no sofá e afagando um de meus joelhos com a mão.

— Bem, o juiz não autorizou a reabertura do caso do desaparecimento do Sr. Green, mas autorizou a liberação do relatório do inquérito e das investigações.

— Ah... Sério? — Exclamei inconformado.

Claro que eu esperava um sim. Claro que eu esperava uma reabertura do caso.

Mas claro que não seria fácil.

— Sim. Mas me diga Frank, o que pretende? Afinal, a essa altura do campeonato, solicitar a reabertura de um caso é sem nexo, até porque você anda meio burro ultimamente.

— Tente usar mais eufemismos quando se referir ao meu bloqueio. Mas respondendo à sua pergunta: é um fato isolado. Tem trinta por cento de chance de ligação com os outros crimes, mas estou vendo que vou ter que fazer hora extra. — Revirei os olhos, me referindo à falta de colaboração do juiz.

— Onde entra a operação GP?

— Eu suspeito que haja dedos de Angelina Green no desaparecimento. Se caso for provado, ela entra no meu top três de suspeitos.

— Se caso fosse comprovado, em que colocação ela ficaria?

— Segundo lugar.

— Quem está no primeiro? — Watson indagou.

— Gerard Way.

— Alguma influência física de provas?

— Não. A principal evidência é seu perfil psicológico.

As coisas andavam frustradas naquele tempo.

Não se sabia de quem era os dedos encontrados presos ao cano da pia do meu apartamento, o Estado pressionava cada vez mais a Polícia e eu estava travado em meus quesitos de investigação.

As coisas andavam cada vez mais peculiares no GP.

A música clássica que ecoava todo dia às dezesseis horas; os jogos na sala de interação; os olhares de Kelly e as investidas de Gerard.

Eu já não conseguia me manter longe.

Eu sei...

Eu disse que estava decidido a não mais voltar e bla blá.

Mas vocês têm uma vasta ideia de como é difícil escapar da genialidade estranha que ele tem.

No final das contas, gastava horas e noites ao lado dele. Às vezes dialogando de uma maneira nunca antes vista; às vezes um silêncio ensurdecedor. E tudo isso mesmo estranho e cansativo que fosse, valia inexplicavelmente à pena, apenas por está ali.

Drowning Lessons (Em Revisão) || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora