Um homem no escuro

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- Carmem?! – O cenho franzido de Frank fez o verme divertido de Carolla se contorcer em satisfação. Ela ergueu o Matirni e sorriu travessa. Apoiou o corpo com a outra perna.

- Uma breve correção: Carolla. – Sorriu mais uma vez. O segurança atrás dela permaneceu imóvel, como um animal selvagem prestes à atacar sua presa. – Suponho que esteja se perguntando o que diabos faço aqui, não é mesmo?

De fato. Ele pensou exatamente isso. Mas devido às situações anteriores onde ela era a protagonista cara de pau, concluiu rapidamente que ela era um deles.

- Não preciso pensar muito para adivinhar. – Ergueu o queixo. Não poderia demonstrar medo ali. Se o foco dela naquele corredor fosse realmente matá-lo, já teria feito isso ou mandado o capanga. Vamos seguir a lógica, pensou, ela está levemente embriaga, se sua ânsia fosse realmente de morte, ela teria destruído essa taça e enfiado os caos no meu pescoço. Ela está à meio metro da parede, eu poderia passar por entre esse espaço se não fosso o grandalhão atrás dela. Droga. Ela está tentando me atrasar. Ou até mesmo distrair. Ou simplesmente está amaciando seu ego com uma ameaça chinfrim. – Carolla, não é mesmo? Ainda me pergunto porque se prestou ao papel ridículo de me seduzir. É por isso que está agora na minha frente? Por que eu te dei um chute? – Deu uma leve risada, exibindo o sorriso extremamente bonito.

Ah... Frank Iero. Você é um ótimo tipo de infarto para corações.

Ela se remexeu dentro do vestido, seu rosto passando de sarcástico à amargo.

- Me poupe dessa imbecilidade, Frank. – A última palavra soou íntima. – Mas... – Tornou ao jogo de gato e rato. – Deve estar se perguntando porque eu te disse meu nome verdadeiro, não é mesmo? – Sorriu docemente, para disfarçar as diversas formas de assassinato que se passavam em sua mente e estavam começando a fazer seus olhos brilharem.

- Hm? – Frank cruzou os braços e desviou o olhar com desinteresse e tédio.

- Por que em breve, você não terá como abrir essa boca para me dedurar para os tiras! – Ela deu alguns passos e segurou o rosto de Iero. Chegava até a ser patético o fato de que com aqueles saltos, ela ficava bem mais alta que ele.

- Ah, é? – Sorriu de novo. Lembrando-se da investigação que pediu para o inspetor fazer às escondidas sobre ela. – Tudo bem então. – Puxou o próprio rosto de suas mãos com brusquidão. Ela tencionou os ombros e o encarou, formulando uma resposta. – Você pode até cortar a minha língua. Ou costurar a minha boca como uma bruxa faria em um sapo. Mas da polícia, Carolla, você não escapa. – Abriu ainda mais o sorriso convencido.

Ela encheu o peito e tomou mais um gole de sua bebida. Com os lábios úmidos e brilhantes ela retrucou:

- Só se você sair vivo desse navio. – Desta vez ela não sorriu sarcástico. Deu meia volta, e agarrou o braço do capanga e caminhou, tropeçando nos próprios pés.

Frank voltou a respirar melhor.

Droga! Ainda tenho que achar Alex!”

Esperou que Carolla e ele sumissem de vista para tornar ao salão. Quando caminhou e chegou ao final do corredor, notou que a moça-nada-gentil não estava mais estagnada na porta. Ela havia sumido.

A quantidade de capangas havia aumentado.

- Isso não é bom... – Murmurou, checando o brilho dos próprios sapatos para disfarçar.

Os sons de jazz do piano-forte foram substituídos por uma banda que tocava um tipo de música instrumental mais animada. Talvez fox trot... “Ou alguma merda do gênero”. O fato era que isso o fez recordar das festança organizadas no jardim pela Srª Green.

Drowning Lessons (Em Revisão) || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora