40%

253 30 137
                                    

Notas: o que eu posso dizer desse capítulo? Ham... Quente? Ahh sei la kkk
Só sei q é um dos meus preferidos
E obrigada pelos comentários, vcs são demais! 💕💕💕




Marcamos de nos encontrar numa cafeteria cara que ficava pelos arredores do Bairro Nobre.

Toda vez que dava um gole, bebendo aquele capuccino com um desenho de coração (Gerard tinha feito questão de fazer o pedido e deu nisso e através disso descobri a razão do gerente do lugar, um velho rabugento nos olhar com nojo) sentia uma pena de mim, por ter gastado quase dez dólares numa pequena xícara de no máximo quatro dedos de altura.

Ele sempre fazia questão de esbanjar luxo, e aquilo me dava uma inquietação horrenda.

Não havia dormido nada, esperei Watson no Departamento e depois saí de lá por volta das oito da manhã e fui direto para a tal cafeteria.

Enquanto Gerard lia um livro qualquer, mas de instante em instante me olhava de soslaio, eu viajava nos meus relatórios mentais sobre o caso. Era excitante pensar nele, já que o executor estava sentado na minha frente.

Eu tinha 40% das investigações concluídas. Enfatizei muito bem esse fato para Watson quando ainda estava lá no Departamento. O resto se resumia a: 30% ao modus operanti(que eu não fazia ideia de como provar ele) e os outros 20% se referiam a quem seria o assassino, e se as minhas apostas estivessem certas e não me taxassem de louco, só precisaria pegar ele em flagrante. Mas para isso eu precisaria saber seu modus operanti então... Pois sim... É aí que as coisas se complicam.

-No que tanto pensa?-Ele perguntou fechando o livro e o colocando com um zelo maternal, como se fosse um recém nascido, sobre a mesa. Gerard pareceu intrigado.

-Você fez o que eu te pedi, Gerard?-Fugi do assunto, fazendo referência a outro.

Ele suspirou parecendo ficar impaciente. Disfarçou e sorriu sem mostrar os dentes.

-Acho que você está vendo coisas onde nada há. Mas se eu dizer que atendi ao seu pedido te deixa mais tranquilo, então, eu fiz o que pediu.

Suspirei aliviado. E me encostei na cadeira, voltando a pensar sobre essa questão da Jamia. Mas logo eu era tomado por aquela confusão mental que estava se tornando cada vez mais frequente e incontrolável.

Decidi olhar ele por alguns instantes. Way me analisava enquanto bebia seu café. Notando que eu também fazia o mesmo, ele sorriu de canto. Aquilo me deu um troço no estômago e meus pés começaram a suar. Olhei para as suas mãos. Eram grandes e não sei... Suntuosas... Bem feitas e pálidas. Os dedos longos que estavam a laçar a orelha da pequena xícara de uma maneira tão elegante, que parecia um quadro. E aquela camisa social preta? Por Deus... Por que eu estava tão inebriado com aquilo? Reparando em tudo? Parecendo uma garotinha que treme as pernas quando vê seu amorzinho passar?

Afora esses detalhes, eu era tomado por uma ânsia imoral naquela cafeteria. Lembrei dos amassos no banheiro, da pele dele que longe de mim parecia ser tão fria e quando nos aproximávamos parecia estalar de tanto calor. Da violência com que derrubamos as coisas da prateleira, do desespero que tínhamos em ir além...

Não havia ninguém ali dentro. Só nós dois e um gerente rabugento nos vigiando como se fôssemos aberrações esperando o momento certo para acasalar em seu estabelecimento. Mas foda-se o gerente. Eu queria ele. Queria muito. Eu não gostava de ter coisas interminadas. Tinha que executar até o fim. Como um homem de verdade tem que fazer.

Coisas como "o arraste para cima da mesa e o coma" começaram a passar na minha cabeça. "Vá até ele e o derrube no chão! Se satisfaça!" ou "Sente ele sobre você e faça ele dar aquela sentada". Foi ai que eu parei.

Drowning Lessons (Em Revisão) || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora