A primeira revelação

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Jungle City, era um bairro industrial de Jersey. Pouco movimentado, tem em sua maior parte fábricas abandonadas.

Poucas casas, grandes prédios em ruínas, ruas de asfalto rachado, produtos químicos exalando no ar... Sem contar nas chaminés das fábricas que ainda funcionavam ali.

Jungle city, não era um bairro nada paradisíaco, mas sim um cenário perfeito para abandonar um corpo morto.

Quando cheguei, Jamia e Alex já estavam do lado de fora, com seus distintivos rentes à seus cintos. A entrada do prédio antigo, estava devidamente isolada com vários policiais de guarda e um jovem atordoado estava sentado na calçada, com a cabeça entre as mãos e os olhos arregalados.

Saindo do carrro, os policiais encarregados da ordem, me olharam com respeito. Talvez pelo meu histórico de casos solucionados, mas como protocolo, antes de atravessar a faixa de isolamento, tive de mostrar meu distintivo.

Mal sabiam eles que minhas capacidades como investigador estavam prejudicadas por um motivo desconhecido.

— Boa tarde Alfred. — Cumprimentei o policial chefe das operações.

— Boa tarde, investigador.

— O que aconteceu? Watson me ligou.

— Bem...

Nós andávamos em direção à entrada do prédio antigo. Jamia e Alex vinheram atrás, conversando.

— Aquele cara encontrou o corpo. — Apontou para o cara sentado no chão, falando coisas desconexas.

Parei.

— Ei, você — Levantei a mão e ele se assustou — Fique aí até eu sair, nós vamos conversar. — Falei apontando para o seu rosto. — Sabe o porquê de ele está tão nervoso? — Indaguei à Alfred.

— Deve ser um drogado. — Falou segurando seu cinto.

— Ou um suspeito. — Retruquei.

Quando entramos, vi aquele corpo feminino, delicado e pálido jogado ao chão.

Aproximei-me e me agachei.

Nela, um corte reto no tórax se contrastava totalmente com seu tom de pele. Um corte bem trabalhado, costurado. Braços abertos.

Seu vestidinho de alça florido intacto. Nenhum hematoma.

Uma taça de vinho ao seu lado.

Maldito.

Marcas, unhas quebradas indicariam luta corporal antes da morte. Se a vítima tivesse arranhado o assassino, seria mais fácil a procura, afinal teria ficado DNA por debaixo das unhas.

Mas ela não tinha.

— Os peritos já estão chegando? —Perguntei à Alfred.

— Sim senhor.

Analisei o corpo. Um crime metódico. Ele passara à cortar o tórax das vitimas depois de mortas. Sem estuprá-las... Deixando-as limpas...

O assassino tinha TOC?

Eu queria entender qual era o objetivo do assassino, se havia alguma mensagem. Ninguém mata sem motivo, até causa torpe é um motivo, então... Argh... Minha cabeça estava à ponto de sair fumaça.

— Onde estão os sapatos dela?! — Observei.

Ela foi atraída? Pega de supetão na rua?

— Não encontramos nenhum par. Nem casaco... Nada... Exceto uma bolsa de couro preta, que encontramos na rampa do outro lado que dá acesso à esse estacionamento. — Jamia falou se aproximando, ao escutar minha pergunta.

Drowning Lessons (Em Revisão) || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora