Danos aos olhos

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Todos se encararam em silencio.

Frank se afastou de Gerard imediatamente, sentindo seu coração palpitar. Way revirou os olhos e pensando “logo agora que estávamos nos reconciliando?!”.

Dizer que não era o que estava pensando, seria muito holywoodiano para alguém como Iero. Mas nem na próxima encarnação ele admitiria aquilo, de fato.

Gabriele estava estupefato com aquela cena. Claro, não estava alheio às impressões que os dois passavam. Sempre juntos; sorriam um para o outro. Mas ele sempre foi um pouco bobinho em relação à esse tipo de coisa. Quando notava isso apenas dava de ombros e pensava que eram apenas bons e velhos amigos.

-Ham... A sala de interrogatório está pronta. Giuseppe já está... Hum... Lá.  – Baixou os olhos e fechou a porta, deixando Frank e Gerard tensos dentro do banheiro.

Ótimo. Aconteceu tudo que eu não queria “ pensou Frank.

-Acho que o deixamos constrangido. – Gerard murmurou olhando para a porta.

Com os olhos vermelhos, assim como a ponta de seu nariz, Frank fungou e sibilou um “estou envergonhado”.

***

A sala de interrogatório estava abafada. Giuseppe estava algemado, com uma feição completamente diferente. Ele tinha um rosto de pessoa má. Olhos escuros da marginalidade e o peito inflado de alguém que se entregou completamente ao crime.

Gabriele, Frank e Gerard se sentaram do outro lado da mesa, de frente à ele.

-Você está preso como suspeito por colaborar com os roubos do quadros  Toccare e Vadia Londrina. – O inspetor falou, abrindo a pasta para ter acesso à mais detalhes do inquérito de investigação.

-Uh, não me diga! – Caçoou. Gabriele ergueu os olhos dos papéis e o fitou com muita paciência. Os ombros de Gerard ficaram tensos, pois além das feições de Diogo terem mudado, sua voz tomou um tom diferente. Realmente, não parecia a mesma pessoa. Frank que estava tendo a mesma impressão de Way, comentou mentalmente que ele fora muito bom ator.

-Haja vista que... – Tentou continuar. – O senhor coagiu, no segundo  caso [Vadia Londrina] o pintor trazê-lo para expô-lo e assim sua quadrilha roubá-lo junto ao Toccare.

-Vocês não têm certeza se eu colaborei para isso. – Giuseppe falou, com um risinho sarcástico.

-Só fala quando a gente te fizer uma pergunta, entendeu? – Frank falou, meio alterado. Giuseppe se mexeu desconfortável na cadeira.

-Você tem direito à um advogado. – Gabriele disse. – Bem. Vamos começar. – Espalmou a mesa e olhou rapidamente para o casal ao seu lado.

-Nos diga: quem estava dentro do compartimento secreto do museu? – Frank perguntou, depois de pegar uma das cópias das mãos do inspetor.

Giuseppe revirou os olhos e se encostou na cadeira. Iero sentiu o pé direito dele bater furtivamente no chão.

Hm. Incomodado e nervoso”

Um silêncio tomou conta da sala. Os três olhavam atentamente para o suspeito, na espera de uma resposta.

-Vou ter mesmo que repetir a minha pergunta? – Iero ficou ereto, ajeitando as suas mangas nos pulsos.

-Como quer que eu responda à algo para um cara que usa uma bengala como a sua? – Mofou, rindo e sacodindo os ombros.

- Mais respeito. – O inspetor disse. – Responda à primeira pergunta. Logo. – Gabriele puxou uma caneta do bolso e relaxou no seu assento.

Drowning Lessons (Em Revisão) || Frerard ||Onde histórias criam vida. Descubra agora