"Lembra de mim?"

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A Carol não reajia e isso me deixou muito triste, eu realmente estava com muito medo de perdê-la.
Fiquei um bom tempo com ela no hospital, a mamãe me chamou para ir pra casa e eu fui, mas apenas para comer alguma coisa e trocar de roupa, era noite e eu não iria deixar a Carol sozinha lá.
Certo dia nós estávamos conversando e eu perguntei a ela:

- Se um dia eu for para o hospital, cê não vai me deixar lá abandonada, né?

- Meu amor, jamais faria isso, eu ficaria ao teu lado lá no hospital o resto de minha vida, eu nunca abandonarei você.

Isso significou muito para mim e lembrar disso agora me ajudou bastante, eu não podia simplesmente ir pra casa, deixá-la e fingir que nada aconteceu;
  O que eu falei pra Carol naquele dia, hoje havera tornado-se realidade, mas uma realidade inversa, é os papéis se inverteram, mas eu realmente não queria que ela tivesse nesse papel, era para ser eu, ah se tivesse como escolher: eu preferia ter sofrido a acidente no lugar dela.
que os papéis se inverteram e não como mudar o rumo da história de nossas vidas, o jeito agora é eu cumprir meu papel, a Carol com certeza faria a parte dela, e agora é a minha vez.

(...)

Ao retornar ao hospital, perguntei se eu poderia dormir ao lado da Carol e eles responderam que sim, mas que eu posso ficar muito cansada, simplesmente respondi:

- Eu nunca ficarei cansada, nunca cansarei, não com a Carol.

As enfermeiras compreenderam minha situação, ou pelo menos acharam que compreenderam, elas falaram:

- Sei como é ter uma amiga em um hospital, é muito triste.

Eu apenas confirmei com a cabeça.

E então elas me encaminharam até o outro quarto onde estava a Carol, fiquei observando-a, sentindo sua presença, ela ainda estava de olhos fechados.
 
Em determinado momento as enfermeiras foram e falaram que qualquer coisa era chamar.
Eu fiquei fazendo carinho no rosto da Carol enquanto eu chorava muito, fiquei falando com ela, mesmo sem retornos.
  Depois de vinte minutos minutos dei um beijo em sua testa e após pouco tempo ela abriu os olhos, olhou para os lados e para cima, e ficou olhando fixadamente pra mim.
Chamei pelo seu nome e ela apenas olhou pra mim, nem sequer sorriu. Então falei:

- Você tá bem?

Ela olhou para as paredes e sorriu, isso me deixou feliz e ao mesmo tempo amedrontada, a Carol estava muito estranha.

- Carol, você lembra de mim?

Ela ficou pensativa, olhou para mim e balançou a cabeça, fazendo sinal negativo.

Não tive forças para chamar as enfermeiras para contar-lhe que a Carol havia perdido a memória, ela realmente havia sofrido traumatismo craniano severo.

Me ajoelhei, juntei as mãos, baixei a cabeça e uma lágrima caiu.
Fiquei por um tempo abaixada, mas levantei e enxuguei as lágrimas, eu não queria  assustar a Carol.

Me aproximei dela e falei:

- Você pode não saber quem sou, mas eu sei quem és, eu te amo!

Dei-lhe um beijo no rosto, uma lágrima minha caiu em seu rosto, depois chamei as enfermeiras.

A Carol não sabia o que estava acontecendo, ela simplesmente me olhou com olhar de estranheza!

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