Uma longa noite

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Apesar da Carol ter sabido da verdade, e por mais que eu ache que ela acreditou, vem outra questão: a lealdade, eu deveria ter alertado a Carol a respeito da Bárbara, se eu tivesse feito isso nada estaria tão ruim assim, mas a Carol estaria mal, quis poupá-la de sentir essa dor, porém acabei duplicando-a.

Eu estava quase arrancando meus cabelos com raiva de mim, e esse era o pior sentimento...
Continuava no meu quarto, chorando, batendo a cabeça.
Em menos de uma hora minha vida mudou completamente e não fora para melhor.

Se aproximara as 20 horas, foi quando mamãe me chamou, logo falei que não iria, em seguida ela pediu para que eu pelo menos abrisse a porta e eu o fiz, não me preocupei em enxugar minhas lágrimas, aliás, ela é minha mãe, porém quando abri a porta ainda de cabeça baixa nem olhei e voltei para minha cama com a porta ainda aberta, foi quando eu com a cabeça enfiada no travesseiro aos prantos mamãe perguntou o que houve e eu falei gritando: "Eu sinti o cheiro da Carol".

-Day, Day, para filha, por favor... Olha pra porta...

Enxugando as lágrimas olhei para porta e me deparei com o que eu mais queria, não era o cara da Pizza, era a Carol, a minha reação foi correr para abraçá-la, mas quando cheguei perto dela tive receio dela não estar de bem comigo, e então parei em sua frente e então perguntei:

- Posso te abraçar?

Antes de até mesmo eu terminar a frase, Carol me abraçou e ficou em silêncio.

-Bom, vocês precisam conversar, vou saindo, qualquer coisa que precisarem me chamem.

Apenas observamos a mamãe sair e então caminhei até a cama e sentei-me com as costas na parede, a Carol após alguns segundos veio em minha direção e sentou-se ao meu lado, porém um pouco afastada.

- oi_ falei.

- Não fala assim, não aja como se não nos conhecêssemos.

-Ta bom, pode falar, mas antes de tudo quero te pedir desculpa por não ter te falado antes que a Bárbara deu em cima de mim mesmo sabendo que éramos namoradas.

- É isso me magoou... bastante.

- Novamente me desculpe.

- Não vim aqui para repetir que estou magoada, vim para me desculpar, para falar que passei dos limites, Cara eu te expulsei de casa, expulsei a pessoa que me acolheu, que sempre esteve ao meu lado, mesmo nos momentos mais difíceis, Eu nem sequer quis te ouvir, eu te tratei muito mal, e fiquei e estou mal por isso, me perdoe.

- Carol, Carol, meu anjo.. nem sei se posso te chamar assim mais, porém eu te entendo, sei bem como é, você teve razão a partir do ponto de vista que tinhas visto.

- Pode me chamar assim, já não sei se posso o mesmo..

- Claro que pode, eu quero te dizer que perder meu amor não está em meus planos..

Nesse momento nós rimos e a Carol se aproximou, segurou minha mão e falou:

-Caso eu seja seu amor; não, não vai me perder...

Passamos a noite conversando e demorou cerca de dez minutos para realmente nos resolvermos, apesar de que tive que acalentada-la em relação à Bárbara. Depois passamos a noite juntas, foi uma longa noite...

Reflexão:

Não existe uma razão plausível para guardarmos mágoas das pessoas. Na verdade, guardar mágoa de alguém faz mais mal para a gente do que para o outro – nós que ficamos sufocados com sentimentos ruins e não a pessoa de quem temos mágoa. Isso tudo sem contar que a gente não sabe realmente o que a mágoa pode causar dentro de nós – podemos nos tornar pessoas cheias de rancor, cheias de energias negativas, que vão fazer muito mais mal para nós mesmos. Então, guardar mágoa para quê? Qual a justificativa plausível para isso? Não há, não é mesmo? Porque guardar mágoa é simplesmente algo ruim demais, algo que não faz bem para ninguém e, portanto, não acrescenta nada em nossas vidas. Perdoe quem você puder perdoar e tente diariamente esquecer o que você não sabe se ainda pode perdoar, mas de qualquer forma, tente sempre seguir em frente.

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