Capítulo 2.

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Narrador (a): Ben

Meu nome é Benjamin Florian, mas todos me chamam de Ben. Eu tenho 17 anos e estou prestes a iniciar o terceiro ano do Ensino Médio. Sou filho único, então não tenho problema com irmãos. Eu sou o tipo de pessoa que acredita que todo mundo mereça uma segunda chance, independente do erro que ela cometeu no passado. Eu sou o tipo de pessoa que acredita em contos de fada e que vive no "mundo da lua", como alguns gostam de falar. O meu pai é um empresário e a minha mãe é dona de uma biblioteca.

A minha família toda é descendente de franceses. Isso é algo que eu tenho em comum com a Audrey e com a Talissa. As duas são apaixonadas por mim, mas eu não acredito que elas me amem de verdade, e sim por interesse. Mas apesar da Audrey ser meio patricinha, ela é uma boa amiga. Já a Talissa parece ter obsessão por mim. Tá sempre pegando no meu pé e chegou a me trancar em um banheiro. Resumindo, a minha vida amorosa é um desastre. Não é a toa que eu sempre vejo alguém que não acredita em amor ou coisa do tipo.

Olha, se for pra eu namorar, eu quero que seja com alguém que eu goste de verdade. Ao contrário de certas pessoas que eu não vou nem citar o nome, eu quero ter um compromisso sério. Eu não sou o tipo de cara que usa as garotas. Isso é coisa do Chad. Fala sério, eu não sei como ainda tem menina que cai de amores por ele. O cara não liga pra opinião de ninguém, só pra opinião dele. Em outras palavras, é um garoto mimado. Por isso que eu digo pra todos aceitarem conselhos de qualquer garoto, menos dele.

Narrador (a): Doug

Meu nome é Doug. Eu tenho 17 anos e estou prestes a iniciar o terceiro ano do Ensino Médio. Eu trabalho como auxiliar de enfermagem pra ajudar a pagar as contas da casa. Eu sou honesto? Sou. E tenho orgulho disso. Tá, eu sei que não sou o dono da verdade, mas eu sou uma pessoa sincera. E com S maiúsculo. Eu sou o nerd da turma. E quase ninguém me nota, a não ser a Lonnie, a Jane e o Ben, que é um dos meus melhores amigos. Mas fala sério, eu e ele temos muita coisa em comum.

Eu comecei a trabalhar no hospital desde o ano passado. A minha mãe me indicou pra vaga de auxiliar de enfermagem porque eu sempre fui bom com essas coisas. Os médicos deixam que eu faça as minhas tarefas no laboratório. Essa é uma das razões que faz com que eu seja ótimo em química. Eu sempre fico treinando no laboratório. Os médicos deixam que eu treine. Lá é um hospital escola, então mesmo que a pessoa não seja um interno, eles deixam que eles pratiquem. Eles sempre dizem que eu tenho talento. Ou melhor, que eu sou um talento nato.

Como todo e qualquer nerd, eu não sou notado. Mas é só pintar um trabalho de química na área, ou então um de física ou de biologia, que todo mundo me pede ajuda. Eu tenho um nível de inteligência alto. Muito alto. E mesmo assim, ninguém diz que o mérito da maioria das pessoas da minha turma passar é meu. Eles acham que isso me abala, mas sempre se frustram pelo simples fato de eu não me abalar. E se eles tão achando que um dia, eu vou dá esse gostinho pra eles, tão muito enganados.

Narrador (a): Jane

Meu nome é Jane. Eu tenho 16 anos e estou prestes a iniciar o terceiro ano do Ensino Médio. Geralmente, a maioria das pessoas da minha idade tá no primeiro ano ou no segundo. Mas como o meu nível de inteligência é alto, me transferiram pro terceiro ano. Eu sou filha da diretora do colégio, mas eu tenho apenas três amigos. Em todos esses anos de colégio, eu fiz apenas três amigos. Se bem que, pra quem nunca teve nenhum amigo, três amigos é muita coisa.

Eu amo ler. Isso é um dos motivos que faz com que eu tire notas boas. Acho que o grande motivo da maioria das pessoas da escola não ser meu amigo é que eu sou filha da diretora. E eu tenho uma autoestima muito baixa e isso faz com que todos me manipulem e me humilhem. Sério, eu já fui muito humilhada nessa escola, e a minha mãe parece que não liga. Ela tá sempre ocupada com os assuntos da escola e não tem muito tempo pra mim. A única pessoa que liga pra mim é a minha tia, a irmã dela. Inclusive, a neta dela vai estudar no mesmo colégio que eu esse ano. Acho que vai ser legal conviver com um parente. Só que ela não é nada fácil. Então acho que eu não vou me aproximar dela porque ela provavelmente não vai querer nem conversa e nem papo comigo.

Enfim, a minha vida é cheia de altos e baixos? É. Mas eu sei lidar com eles na maior parte do tempo, ou com a ajuda da minha tia. Pode parecer que não, mas todos detestam ela porque ela defende a "ralé" da escola e não eles. Isso é inaceitável. Eles fazem o que bem entendem com os outros e ainda querem se achar donos da razão. E eu espero de todo o coração que isso mude algum dia.

Narrador (a): Lonnie

Meu nome é Lonnie. Eu tenho 17 anos e estou prestes a iniciar o terceiro ano do Ensino Médio. O meu grande sonho é ser policial. A maioria debocha e diz que essa profissão é praticada somente por homens, mas eu não ligo pra isso. Eu tenho um irmão mais velho e ele já tá na faculdade. Mas ele é um grande esportista. E treina o pessoal daqui de vez em quando. Toda a minha família, repito, toda a minha família é composta por guerreiros. E eu não tô brincando. Tanto que o meu avô paterno ainda é chamado pela patente dele. Ele era general. E continua sendo chamado assim até hoje.

Nós estamos no século 21, mas os preconceitos da sociedade continuam. Quer dizer, os preconceitos da sociedade de antigamente. Eu acabei de sair de um relacionamento que me fez se sentir sufocada. E até hoje o cara não se conforma com o fim do namoro. O que ele tá pensando? Que pode obrigar uma mulher a gostar assim dele na marra? Mas pessoas como ele são assim, pensam assim. A opinião dos outros que se dane, a única opinião que interessa realmente em pessoas assim é a deles. E eu não vou ficar com um cara que me sufoca.

Eu enfrento esse tipo de preconceito por praticar esportes até na escola. Eu consegui entrar naquele time com muito custo. Teve gente que diz que eu só tô time por causa do meu irmão. Mas eu consegui aquela vaga por mérito próprio, é fruto do meu esforço. Eu amo o meu irmão, aliás, eu amo toda a minha família. Mas isso não quer dizer que eu preciso da ajuda de alguém pra conseguir alguma coisa, mas também não significa que eu não gosto da ajuda deles. Afinal, não há nada de mal em deixar alguém que te ama te ajudar.

Continua...

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