Capítulo 7.

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Narrador (a): Mal

Quando a minha mãe disse que eu iria vim pra cá, eu não fiquei muito feliz. Achava que ela queria se livrar de mim. Mas eu estava enganada. O que ela realmente queria é que eu me aproximasse das outras pessoas da família. Mas nesse caso, eu estou me referindo à família dela, já que eu sou bastante próxima dos meus irmãos e dos meus sobrinhos também. Mas eu não sei se a minha meia irmã mais velha quer algum tipo de aproximação. Mas pelo menos eu sou bem próxima da Audrey e da Jane. Tá certo que no início ela achava que eu não queria papo nenhum com ela, mas agora nós duas estamos bem próximas. E eu percebi que nós temos muita coisa em comum. Eu não tenho uma autoestima baixa como a dela, mas mesmo assim sou ridicularizada por ter bons desempenhos.

Estou gostando muito dessa escola, muito mesmo. Quando eu estou com tempo livre, fico conversando, ou vou pra sala de dança, que é o que eu estou fazendo nesse exato momento. Não sou nenhuma bailarina, mas desde que eu era criança, sempre gostei muito de dançar. Esse amor também vem por influência da Jade. Quando éramos pequenas, ela e eu dançávamos vários tipos de dança. E até hoje eu tenho esse hábito. Ela também tem, mas prefere dançar em casa. E eu não vou negar. Me apaixonei pela sala de dança desde o momento em que eu coloquei os pés lá pela primeira vez. Lá é muito legal. É um ambiente tranquilo e tem muita paz.

(Música Fim Perc)

UM MÊS DEPOIS...

Narrador (a): Ben

Eu sei que a maioria das escolas gosta de colocar feiras culturais pra acontecerem no segundo semestre. Mas por aqui as coisas são um pouco diferentes. E dessa vez, o professor anunciou que escolheu um tema bem especial pra nossa turma. Achei que ele estava brincando, mas a verdade é que ele surpreendeu todos nós ao escolher o continente asiático. Até eu fiquei surpreso. Pra falar a verdade, eu fiquei mais surpreso ainda quando soube que nós iríamos fazer um espetáculo. Acho que a Malvina ficou mais empolgada do que o restante da turma. Aliás, ela e aquela amiga dela, a Jade. Ou seja, músicas não vão faltar pra ninguém dessa turma. Alguns vão dançar, outros apenas cantar ou fazer alguma representação de artes marciais.

Doug: - Que foi Ben? Você não parece muito empolgado.

Ben: - Eu ainda estou sobre o efeito da surpresa Doug.

Doug: - Entendo.

Ben: - Ela vai ficar linda numa roupa indiana.

Doug: - Tenho certeza de que o professor vai colocar você pra dançar a música principal.

Ben: - Eu danço, desde que a minha parceira não seja a Talissa.

Doug: - Se escolherem ela pra dançar com você, você pode imaginar que tá dançando com a garota que te fisgou, já que todos vão usar máscaras.

Ben: - Você podia dá uns conselhos pra aquela amiga dela.

Doug: - A Evie? Por quê?

Ben: - Porque ela tá andando com quem não presta. Eu reparei que ela nem tá mais falando com os amigos.

Doug: - Eu também notei isso. Mas eu acho melhor não me envolver Ben. Ninguém dá ouvidos à um nerd e você sabe disso tão bem quanto eu.

A Malvina e eu não somos tão próximos. Eu sei que ela já me pediu várias vezes pra que eu chamasse ela pelo apelido, mas o nome dela é lindo demais pra que eu o diminua. Eu respeito a opinião dela, mas não consigo entender o fato de alguém que se chama Malvina querer ter um apelido tão sombrio como Mal. A Evie é a melhor amiga dela e entrou aqui há algumas semanas. Mas ultimamente, as duas estão bem distantes. E isso começou quando a Evie passou a andar com um bando de garotas que tão mais pra exército de esqueletos. Sério, elas acham que só o fato de comer vão fazer elas ficarem gordas. Em outras palavras, buscam um padrão de beleza que não existe.

Narrador (a): Jay

Hoje eu quase levei uma surra de um maníaco, quase. Eu tava indo buscar o Jacob na sala dele quando eu vi uma garota mais ou menos da minha idade brigando com um cara que parecia ser o namorado dela. O cara quase me deu uma surra. A garota ficou apavorada. Tanto que não mexeu um dedo. Mas por sorte, eu ameacei chamar a polícia e o sujeito se mandou. Se tem uma coisa que me deixa louco da vida é ver alguém sendo forçado a fazer o que não quer. Quando eu olhei pra garota, reconheci ela na hora. Ela é filha dos donos da academia que fica do outro lado da rua. Acho que o nome dela é Lonnie. E ela estuda na minha sala de aula.

Lonnie: - Obrigada pela ajuda.

Jay: - Não precisa agradecer. Eu fiz isso de coração.

Lonnie: - Eu tô reconhecendo você. É um dos novatos não é?

Jay: - Sim.

Lonnie: - Jayden não é?

Jay: - É, mas me chama de Jay. Eu não gosto que me chamem pelo nome todo.

Lonnie: - Tá bom.

Jay: - Lamento que tenha se envolvido com um cara como aquele.

Lonnie: - O Juan e eu já fomos namorados, mas eu terminei com ele.

Jay: - É por causa de gente como ele que o mundo é um lugar pior.

Lonnie: - Tá falando como um velho.

Jay: - Eu sou uma pessoa bem madura.

Lonnie: - Entendo.

Jay: - Lonnie não é?

Lonnie: - Sim, como sabe?

Jay: - A sua família é bem conhecida.

Lonnie: - Ah tá.

Jay: - Eu tenho que ir. Preciso buscar o meu irmão.

Lonnie: - Posso ir com você. Se não for atrapalhar claro.

Jay: - Pode vim junto se quiser.

Lonnie: - Obrigada Jay.

Narrador (a): Doug

O Ben tem razão. A amiga da Mal tá mesmo precisando de ajuda. Mas eu duvido muito que ela vá me escutar. Sério, que pessoa dá ouvidos à um nerd? Ninguém. Mas eu já tô acostumado com o fato das pessoas não me ouvirem que eu nem dou mais bola pra isso. Antes eu dava, mas se ninguém quer escutar a voz da razão, não é problema meu. Eu fiz a minha parte, e estou com a consciência tranquila, mas já que as pessoas preferem ser bobas e acreditarem que tá tudo bem, eu não posso fazer nada, até porque não é problema meu. Eu sei que tem gente que quer ser forte e que acha que pode enfrentar o mundo, mas as coisas não são assim. Pra falar a verdade, grande parte das coisas não saem como nós planejamos. Isso é um fato e também não é surpresa pra ninguém.

Daniela: - Que foi Doug?

Doug: - Nada irmãzinha.

Daniela: - Eu te conheço Doug. O que foi?

Doug: - Tô preocupado com uma colega de sala.

Daniela: - Um coleguinha meu também tá super preocupado com a irmã dele.

Doug: - Hum. E como se chama o seu coleguinha?

Daniela: - Edward.

Doug: - Hum.

Daniela: - Que foi?

Doug: - Nós estamos falando da mesma pessoa sabia?

Daniela: - Será que ela vai ficar bem?

Doug: - Eu não sei. Mas vamos torcer pra que ela caia em si.

Daniela: - Legal.

Doug: - Sim. Muito legal.

Continua...

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