Capítulo 16.

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Narrador (a): Nico

Que saudade dos carteiros de antigamente. Um carteiro lerdinho me deu a correspondência de um dos amigos da Mal por engano e eu tive que ir lá na casa do garoto entregar a encomenda dele. Eu não sou bisbilhoteiro e nem nada do tipo, mas eu li um trecho da carta por conta da parte transparente do envelope e eu posso ter certeza de uma coisa: aquele rapaz deve tá muito feliz. Ele realmente tem cara de policial. Eu conheço aquele quarteto desde que eles eram crianças. Às vezes, a Mal vinha passar as férias aqui na minha casa e os amigos dela vinham junto. Essa casa ficava uma bagunça. Mas eu gostava de ver a amizade dos quatro. É a mesma coisa comigo e com os meus primos. Aliás, falando neles, o dia da família tá chegando. O que significa que toda a família vai se reunir, incluindo o meu pai. Eu não falo com ele desde que eu assumi a minha homossexualidade. Eu sei o que vocês devem está pensando: como você é homossexual se você tem dois filhos? Eu já fui casado com uma mulher, que é minha prima. Mas depois que o Daniel completou sete anos, nós nos separamos. E atualmente, eu tô morando com um médico, que por um acaso é meu primo de segundo grau. No começo, eu tinha muitas dúvidas. Tanto que na época em que eu tinha doze anos, eu tinha uma queda por um primo meu. Quando eu casei, pensei que aquilo fosse uma fase, mas agora eu vejo que estava completamente errado.

Nico: - Já vai, já vai. Mas quem é que... eu não acredito. Perseu Jackson? É você mesmo?

Percy: - Surpresa! Cadê o Will?

Nico: - Adivinha? No hospital trabalhando. As crianças estão na escola.

Percy: - Eu vi o vídeo da apresentação da Malvina.

Nico: - A Uma te mostrou?

Percy: - Sim. O Frank não parava de falar no quanto as duas davam lindas nas roupas do espetáculo.

Nico: - Mas como tá o restante do pessoal?

Percy: - O Jason e a Thalia tão loucos com as coisas lá na empresa, a Piper tá ajudando o pai com as roupas do novo filme, o Léo finalmente vai inaugurar a oficina dele... enfim, tá todo mundo ocupado.

Nico: - E você tá prestes a receber um prêmio por mais uma pesquisa no oceano e a sua mulher tá ocupada com o planejamento de um edifício novo. Acertei?

Percy: - Você sempre acerta.

Nico: - E a Clarisse e o Chris?

Percy: - Esses aí tão em Paris ou em Nova York com o Ivan nessa altura do campeonato.

Nico: - Você ainda duvida?

Percy: - Claro que não.

Nico: - Eu tô numa ansiedade só pro dia da família.

Percy: - Eu também. Não vejo a hora de abraçar as crianças.

Nico: - A espera vai valer a pena. Isso eu posso te garantir.

Narrador (a): Audrey

Hoje eu vi uma cena que me deu vontade de chorar. Eu tava passeando na rua com a minha irmã. Sim gente, eu tenho uma irmã mais nova. Eu simplesmente não sou o tipo de pessoa ligada à família. Por isso eu não falo muito sobre a minha vida. Enfim, eu e a Aury estávamos passeando e vi o Chad passeando com a Chelsea e a Lucy, a irmã caçula deles. Eu fiquei com vontade de chorar porque eu percebi que os conselhos que eu dei pra ele não foram em vão. Quando a Alex me contou o que o senhor Thomas fez, eu fiquei completamente chocada. Como uma pessoa pode ser tão fria a ponto de esconder cartas de uma mãe pros próprios filhos? É muita crueldade. O pior é que, segundo o Chad, o pai dele assumiu o que fez sem um pingo de arrependimento. Ele é frio como uma pedra de gelo. Só não é pior do que a minha mãe.

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