Capítulo 15.

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Narrador (a): Jayk

Ontem eu e a minha turminha fomos pra uma aula de campo. Desde criança, ou melhor, desde os meus sete anos, eu detestava essas aulas. Mas o Jay sempre diz que isso vai me valer no futuro. Algumas partes são legais, mas outras são super chatas. Sério, chatas mesmo, e com C maiúsculo. É mil vezes pior do que aquela série de medicina que o meu pai e a minha tia obrigam eu, o Jay e a Jade a assistir todo sábado e domingo. Mas a série pelo menos é legal. Embora a autora da mesma seja uma louca e mate alguns, ou melhor, a maioria dos personagens principais. O Jay também acha isso chato. Ele é o melhor irmão mais velho do mundo, embora ele haja como se fosse o meu pai. Desde que eu comecei a estudar, a rotina dele virou essa: ele acorda, depois vai me acordar e depois que ele arruma as coisas dele, ele me ajuda a arrumar as minhas coisas. Aí ele me dá a minha mesada e finalmente nós vamos pra escola. Mas é claro que ele não faz tudo isso sozinho, tem a Jade pra ajudar. É ela que faz o lanche que eu, ela e o Jay levamos pro colégio todo dia. E o Jay fica ajudando ela com os serviços domésticos. E ainda tem gente que diz que homem não tem vocação pra fazer isso. Eu mesmo sempre ajudo o Jay a lavar roupas de vez em quando. Eu acho isso um máximo. E não tenho vergonha nenhuma de ser visto fazendo algo que, ao ver de alguns, só podem ser feitos por mulheres.

Narrador (a): Evie

A minha rotina passou a ser a mesma de sempre agora que eu parei de andar com pessoas erradas. Eu aproveitei e passei na casa do senhor Thomas pra buscar a Dizzy. Ela e eu sempre fomos próximas. Quando ela morava em outro lugar, eu e a Mal íamos pra casa dela passar as férias. E agora que ela está morando aqui, a Mal e eu levamos ela pra escola todo dia. Eu tenho dois irmãos, e a única pessoa que eu tenho mais próxima de uma irmã, fora a Mal e a Dizzy, é a minha prima, a Robin. Só que ela e a minha tia moram em outra cidade e por isso, eu só vejo ela nas férias. Ela é legal, mas às vezes é um pouco arrogante. Mas eu sei que o único problema dela é que ela tem mais ambição do que talento. E muitas vezes, a ambição de algumas pessoas levam elas a fazerem várias besteiras. E eu não quero ver a minha prima se encrencando pra provar que pode ser a melhor em tudo.

Doug: - E aí? Falou com ela?

Evie: - Falei.

Doug: - Pela sua cara, a conversa não foi boa.

Evie: - Ela disse que eu sempre vou viver na sombra da minha mãe.

Doug: - Essa sua prima parece ser bem mimada.

Evie: - Ela só tem um ego muito grande.

Doug: - Ou seja...

Evie: - Daqui a algumas horas ela vai me ligar querendo pedir desculpas.

Doug: - Eu sei bem como é isso. Eu tenho seis primos, mas no entanto, eu sou o mais popular da turminha.

Evie: - Qual dos seus primos é um pouco arrogante?

Doug: - O Gordon.

Evie: - A Robin é cheia de sonhos, como qualquer outro jovem da nossa idade. O problema é que pessoas como ela possuem uma tendência a sonhar alto demais. E nós sabemos muito bem que quanto maior for o tombo...

Doug: - Maior é a queda.

Evie: - Exatamente.

A minha tia e a minha mãe tinham uma história bem parecida. Atualmente, elas são super unidas, mas no passado, elas brigavam por causa da minha avó. É uma história bem longa e eu perderia horas e horas falando sobre isso pra uma pessoa. O fato é: depois de um tempo, a minha tia saiu de casa. Depois que a minha mãe casou com o meu pai, ela foi morar com os dois. Pra falar a verdade, as duas se reconciliaram no dia do casamento dos meus pais. Ela foi a pessoa que, depois da mãe da Mal, deu mais apoio pra minha mãe depois da morte do meu pai. Os dois se davam super bem. Inclusive, algumas pessoas tem uma teoria de que o meu falecido pai também é pai da Robin por conta de uma noite de bebedeira que ele teve com a minha tia e o que faz essa teoria ganhar força é o fato da minha prima ter o mesmo nome que o meu pai. É. O meu pai se chamava Robin. Mas a minha tia deixou claro que só quis fazer uma homenagem pro meu pai. Mas como o povo adora falar, não há nada que os outros possam fazer.

Narrador (a): Ben

Já se passou um dia desde o beijo que eu dei na Mal. Mas eu confesso que gostei muito mais desse beijo do que aquela vez em que eu beijei ela no espetáculo. Mas eu não quero que ela pense que estou querendo me aproveitar dela ou algo do tipo. Eu sei que ela sofreu muito quando ela namorava o Harry. E deve ter sido muito difícil pra ela entrar naquele quarto e vê o próprio namorado se divertindo na cama com uma garota que por um acaso era a prima dela. Eu nunca passei por isso, mas sei o que é viver lembrando de algo o tempo todo. É sufocante. Muito sufocante. Mas é como o meu pai sempre diz, a única coisa que me resta a fazer é encarar. Eu já tô cansado de ficar fugindo. Eu vou falar com a Talissa. Eu sei que é ruim destruir o sonho de alguém, mas eu preciso ser sincero.

Talissa: - Oi Ben.

Ben: - E aí? Como tão as coisas?

Talissa: - Tão super ótimas. Ainda mais agora que você tá aqui.

Ben: - Talissa, para.

Talissa: - Por que?

Ben: - Olha, eu gosto muito de você. Muito mesmo. De verdade.

Talissa: - Eu também gosto muito de você.

Ben: - Mas eu não gosto de você do jeito que você gosta de mim.

Talissa: - Como assim?

Ben: - Eu gosto de você como um amigo. Um irmão.

Talissa: - Mas nós não somos irmãos.

Ben: - O que eu quero dizer é que...

Talissa: - Ben, nós não somos os nossos pais. Você mesmo me disse isso.

Ben: - Eu sei o que eu disse.

Talissa: - Então qual é o problema?

Ben: - O problema é que eu simplesmente tenho você como uma irmã.

Talissa: - Ben...

Ben: - E fora isso, eu tô gostando de outra garota.

Narrador (a): Freddie

Eu sou uma pessoa cheia de problemas. Isso é fato. E como se não bastasse os problemas que eu já tenho, eu agora tô tendo que lidar com os problemas da minha irmã. A Frankie tem uma queda pelo Jacob, o irmão mais novo do Jayden. É assim desde os doze anos. Só que o Jacob é namorado da Caroline, a irmã do Carlos. Enfim, o fato é: ela não para de falar desse garoto por um minuto sequer. E como se fosse pouco, eu tô tendo que lidar com o chato do Aziz vindo na lojinha do meu pai com um pretexto mais sem sentido do que o outro só pra me ver. Eu não sei o que esse garoto quer comigo, mas ele vai ter que parar de me perseguir. Caso contrário, eu vou ter que tomar uma medida drástica. Ele tá começando a passar dos limites e eu já tô começando a me irritar com a insistência dele. E como eu sei que ele não vai parar de pegar no meu pé, eu vou descobrir o que ele quer pra ver se ele para de me importunar.

Aziz: - Oi Freddie.

Freddie: - O que você realmente tá querendo comigo?

Aziz: - Eu só quero me aproximar de você.

Freddie: - Eu sei que você é todo alegre e eu não te culpo por isso, mas eu...

Aziz: - Tô sabendo. Você é o oposto de mim.

Freddie: - Pois é. Eu sou o oposto de você.

Aziz: - Dizem que os opostos se atraem.

Freddie: - Eu já ouvi esse ditado várias vezes.

Aziz: - Então, você...

Freddie: - Tá bom. Desde que você pare de inventar um motivo pra vim me ver.

Continua...

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