Capítulo 46 - Encontros e Despedidas

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Sophia Antunes

Eu sei qual é o sentimento de perder quem se ama, ainda mais quando se refere ás pessoas mais importantes de nossas vidas, os pais. Ontem foi um verdadeiro inferno em casa, pois depois que fomos pra casa Diogo se trancou no seu escritório e não quis ver ninguém, nem eu.

Eu não dormi direito e nem ninguém nessa casa. Hoje é o velório e vai ser no cemitério do Araçá, mais ele não será enterrado, pois ele queria ser cremado e também é uma tradição familiar pelo que me contou Henry.

-Ana você fica com a Isabelle? - entro no seu quarto.

-Fico sim Sophia, ela não vai né? – pergunta se referindo ao velório.

-Não! Ela já sabe do que houve com o avô dela, mais acho melhor ela ficar... Preciso ir conversar com Diogo também.

-Eu o ouvi gritando com a Maria ontem por ter ido falar com ele. - fala.

-Eu vou ter que enfrentar a fera e vai ser agora.

Eu não comi nada desde ontem, sim eu sei, não posso ficar sem comer por causa da gravidez, mais eu não tenho fome e preciso ver como está meu olhos azuis nesse momento tão difícil.

Bato na porta e não escuto nada.

-Meu amor... Sou eu abre pra mim, abre? - chamo calmamente.

O silêncio reina e nada dele falar me deixando preocupada.

-Eu não vou sair daqui Diogo, daqui a pouco é o velório do seu pai e sei que você vai querer dar o ultimo adeus pra ele. Amor abre pra mim? Eu te amo vou tá aqui pra te apoiar sempre se lembra da nossa frase? Sempre juntos, pra sempre.

Depois de pelo menos dois minutos eu sinto a porta ser destravada, mais não aberta. Eu abro e entro e me assusto com o cenário, tudo revirado. Diogo está sentado na sua mesa e com uma foto na mão, ele está com as roupas amassadas, com a barba por fazer e os olhos inchados de choro.

Meu bebê!

-Eu não fui um bom filho... Eu deveria ter sido mais presente na vida dele. - eu me aproximo e fico atrás da sua cadeira e passo os braços sobre seus ombros.

-Você foi um ótimo filho meu amor, eu sei o que você tá passando... A gente sempre fica com aquela sensação de que poderia ter sido melhor. - falo olhando sua foto com seu pai os dois abraçados e sorrindo.

Ele solta a foto na mesa e vira a cadeira pra mim e me puxa pro seu colo.

-Essa dor vai passar? - pergunta me abraçando forte.

-Passar não passa Diogo, ela só diminui com o tempo. Eu vou estar aqui pro que você precisa você sabe né? - levanto a cabeça pra olhar pra ele.

-Eu sei meu amor e desculpa por me trancar aqui e deixar você sem noticias... Eu só precisava ficar sozinho. - diz me dando um selinho.

-Eu entendo você... Bom eu acho melhor você tomar um banho, pois a gente tem que ir. - falo tristemente.

-Eu sei. - fala em voz baixa.

Acabamos de chegar ao local onde será feito o velório, só estão familiares e amigos que eram chegados ao seu Afonso. Fernanda está acabada por não poder vir e ficar ao lado de Henry nesse momento, já que ela só vai ter alta daqui um dia.

Diogo não largou minha mão em nenhum momento.

Assim que ele foi se aproximando no caixão do pai o aperto da sua mão foi perdendo força, até que ele solto e deito a cabeça no peito do seu pai e começou a chora.

Um Amor ImprovávelOnde histórias criam vida. Descubra agora