Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.

Capítulo 14

— Mas... Eu não senti a mesma coisa com a Júlia, pai. Foi muito diferente com ela. — suspirei.

— Só não cria expectativa demais pra você não se magoar, tá bom?

Eu sorri pra ele, e ele bagunçou o meu cabelo sorrindo também.

— E outra coisa, pelo o amor de Deus, usa a camisinha, Rafa. — riu, implorando.

— Tá. — ri também.

— Eu tô falando sério, se você virar pai, eu não vou ajudar a cuidar.

— Tá bom, pai. — disse rindo.

Ele riu e me chamou pro quarto pra ir dormir, e assim eu fiz.

Meses depois

Estudei pra caramba, eu ia começar a fazer faculdade e eu queria passar pelo Enem, então eu me permiti isso. Estudei muito, dia e noite. Não saí, não fiz absolutamente nada. Eu estava me preparando quase um ano inteiro pra isso. As provas seriam dia oito e nove de novembro e já era primeiro de novembro, não tinha muito o que fazer agora, eu já tinha suado pra caramba, agora era só esperar pra ver.
Eu perdi um pouco o contato com a Júlia depois do que tinha acontecido entre nós, nenhum de nós tocamos no assunto dês do dia em que tinha ocorrido, então eu decidi chamar ela pra sair. Só não sabia pra onde.

— Fraga, eu vou sair hoje, quebra meu galho aí!

— Em quê?

— Fala pra minha mãe que cê deixou eu sair com a Júlia.

— Cês tão namorando ou algo do tipo? — riu.

— Fala baixo! — cochichei.

— Cês tão?

— Não, nada a ver, só que...

— Tô indo embora, quer carona, Rafa? — ela me interrompeu, gritando da sua mesa.

Eu olhei pra cara do Fraga e fiquei esperando ele falar alguma coisa.

— Tá bom, vai lá! — disse rindo.

— Valeu, por isso que eu te amo! — disse rindo e saindo da sala.

Cheguei na mesa dela e fiquei esperando ela guardar as coisas na bolsa dela.

— Antes de passar lá no apartamento, quer comer?

— Hmmm... Vai pagar o lanche? disse rindo.

— Pago, bora?

— Então bora! — disse levantando.

Entramos no carro dela e fomos pra um fast-food qualquer.
Sentamos pra comer e ela começou a puxar assunto.

— E aí, preparado pro Enem? — disse sorrindo.

— Nem um pouco, tô nervoso, tá muito perto, né!

— Cê vai se sair bem, ficou estudando pra caramba. Tá pensando em cursar o quê?

Eu nem tinha pensado direito, eu não tinha nada em mente, então eu falei qualquer curso.

— Medicina.

— Uau! Haja paciência pra estudar... E dinheiro! — disse rindo.

Ri também e mudamos de assunto várias vezes.
Assim que acabamos de comer, fomos pro carro dela. Estava tão silêncio, aquilo me incomodava. Pensei, pensei, pensei e então, eu falei.

— É... Júlia?

— Fala.

— E a gente? — disse retraído.