Capítulo 76

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O Higor assentiu, algemou eles, e logo saiu da casa com os traficantes e os outros policiais. Deixei só os mais novos ali, um tinha 17 e o outro tinha 19, eles com certeza sabiam o esquema todo e eram os que menos aguentavam pressão.

Rafael: Apaga essa luz aí, 09, pra não chamar a atenção. (disse agachando)

A casa ficou toda escura, o que iluminava eram as luzes dos postes da rua, mas o dia já estava perto de amanhecer. Fiquei na altura deles que estavam sentados no chão, nos encarando, mas com a feição aflita.

Rafael: E aí, tudo bem com vocês? (disse sorrindo ironicamente)

Eles não responderam.

Rafael: Bom... Eu vou ser direto. Vocês devem saber que o Mascarado não tá mais aqui na favela. Então cadê o Mascarado? Ele tá aonde? (disse calmo)

xxx: Não sei, meu senhor. (disse baixo)

Rafael: Cadê o Mascarado?

xxx: Não sei, eu sou trabalhador.

Rafael: Eu também sou trabalhador, e o meu trabalho no momento é só saber aonde tá ele. Se você falar, cê já vai poder ir embora, então fala logo, se poupa e poupa todo mundo aqui. Cadê ele, meu querido? (disse calmo)

xxx: Eu juro pra você que eu não sei.

Lins: Eles não vão colaborar. (disse parando do meu lado)

Eu era contra tortura, mas eu faria de tudo pra ter a cabeça do Mascarado.

Olhei pro Azevedo e assenti positivamente, ele já sabia o que fazer, o mesmo tirou um canivete da farda e ficou olhando pra eles.

Rafael: Olha... Tem duas formas de eu tirar essa informação de vocês. Pode ser só conversando, na moral, sem gritaria, sem esculacho, sem porrada, nada disso! Ou...

Olhei pro Azevedo assentindo positivamente com a cabeça, ele cravou o canivete na perna do menino que não tinha falado nada ainda, fazendo ele gritar desesperadamente e chamar por socorro.

Rafael: Para de gritar, porra! (disse apertando o pescoço dele)

xxx2: A gente não sabe! A gente só tava aqui bebendo com os outros! (disse chorando)

Rafael: Claro que você sabe! Você acha que eu não sei que você trafica? Não tá lembrado da minha cara, não? (disse perto do rosto dele)

Era o mesmo traficante do dia anterior, que tinha me enquadrado e me revistado, ainda levou 50 reais meu.

xxx2: Não, nunca te vi! (disse chorando)

Rafael: Nunca? Só viu meus 50 conto, né? Falar nisso, eu quero meu dinheiro de volta.

Ele mudou a feição dele que antes era só dor, agora ele estava com a cara fechada, mas ainda chorava.

Rafael: Fala logo, anda. (disse cruzando os braços)

Ele só conseguia chorar, mesmo estando sério, as lágrimas dele caíam. Fui na cozinha daquela casa e felizmente lá tinha um fogão.

Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.Onde histórias criam vida. Descubra agora