Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.

Capítulo 47

Coloquei a farda, saí do vestiário e fui em direção a saída, o Fraga ainda estava lá, parado dentro do carro.

Ele me olhou assustado, devia ter pensado que eu iria levar ele pra delegacia, mas eu só preferi falar algumas coisas.

Rafael: Tá vendo essa farda?

Ele ficou em silêncio.

Rafael: Responde. (disse firme)

Ele assentiu sério.

Rafael: Era pra eu estar honrando a farda que eu visto, era pra eu ter te levado pra delegacia há muito tempo. Mas eu não vou fazer isso, eu só não faço isso pela minha mãe, eu não quero ver ela sofrendo, não é porque eu tenho pena de você, você não é digno disso.

Não deixei ele falar e entrei pro batalhão. Passei pelo Higor sem nem dizer nada com ele.

Higor: Rafael! (disse me gritando)

Quando eu olhei pra ele, eu não consegui segurar o choro, não era de medo, não era nervosismo, era de raiva, raiva por ter que passar por tudo aquilo graças ao Fraga só pra tentar proteger a minha mãe. Eu estava decidido a acabar com aquilo tudo.

Rafael: Eu preciso da sua ajuda. (disse com a voz trêmula)

Higor: Calma, respira, cara.

Rafael: Me escuta então.

Ele ficou me olhando, esperando eu falar e eu respirei fundo.

Rafael: Eu vi o dono da boca, eu sei como ele é.

Higor: Tá, e?

Rafael: Vou falar com o comandante, eu vou subir a Rocinha e vou quebrar ele.

Higor: Ele não vai nem te escutar, Rafael!

Rafael: Por isso que eu quero a sua ajuda. Cê vai junto comigo, cadê a Beatriz pra ajudar também?

Higor: Acho que saiu de patrulha.

Assenti e não muito tempo depois, ela chegou. Antes do Higor falar, eu expliquei a situação pra ela, falei como eu precisaria dela e ela nem titubeou, aceitou. Fomos na sala do comandante e dissemos tudo, cada um disse um pouco pra parecer que todos já conheciam a área e o dono da boca, também falei que havia sido uma denúncia.

Comandante: E como eu não fiquei sabendo da denúncia?

Olhei pro Higor pedindo ajuda pra mentir, ele desviou o olhar pro comandante, respirou fundo e começou a falar.