Capítulo 28

853 53 8
                                    

Ela permaneceu séria e abriu o portão, a casa estava fazia, ainda bem. Os pais dela deviam estar trabalhando ou sei lá.

Eu não fazia a mínima ideia do irmão dela, eu quase não conversava com ele também.

Pedi pra conversarmos no quarto dela e ela concordou. Assim que eu entrei, ela fechou a porta e me encarou séria.

— Fala logo o que cê quer falar! — disse em pé e com os braços cruzados.

— Senta, por favor. — disse forçando a calma.


Ela sentou de frente pra mim e continuou me encarando com os braços cruzados. Respirei fundo e comecei a falar.

— Maria, eu quero que você tente me entender e...

— Por acaso você me traiu? — disse ríspida.

— Claro que não! Eu jamais faria isso com você.

— Então fala logo, para de me enrolar. — disse impaciente.

Respirei fundo e olhei nos olhos dela.

— Lembra aquele dia que cê me perguntou se eu já tinha tido algo com a Júlia?

— O que tem?

— Eu menti pra você, Maria. Eu...

— Por que mentiu pra mim? — me interrompeu.

— Deixa eu falar, depois você pode falar o quanto quiser, mas por favor, deixa eu falar. — implorei, com a voz trêmula.


Ela se sentou novamente e eu continuei falando, só que de cabeça baixa.

— Eu gostava da Júlia, a vivência com ela me fez gostar dela e eu só menti pra você porque eu queria me afastar dela, queria esquecer o que eu sentia por ela. Mas... Maria, promete que vai me entender? — disse com os olhos marejados.

Ela não disse nada, só me olhava séria, era perceptível os olhos dela ficando marejados.

— Aconteceu uma coisa que... Eu fiquei sabendo ontem de tarde, ela me contou.

— Para de enrolar, fala logo! Que saco! — disse dando um tapa no meu ombro.

Respirei e olhei pra ela, deixando várias lágrimas caírem.

— Ela tá grávida... Eu sou o pai. — disse chorando.

Ela se levantou da cama e eu a olhei. Ela também chorava, só que a feição dela era séria.

— Tá falando sério? — disse com a voz trêmula.

Abaixei a cabeça e escutei o choro dela se intensificando.

— E por que você não me disse a verdade dês do início? Rafael, eu confiei em você. — disse com a voz trêmula.

— Porque eu quis passar uma borracha no que tinha acontecido, eu não vi necessidade de te contar! Tenta me entender. — disse levantando.

Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.Onde histórias criam vida. Descubra agora