Capítulo 23

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— É longa a história.

— Eu gosto de histórias longas. — disse sorrindo.

Ri com ela e fiquei pensando se deveria contar ou não.

Suspirei e comecei a falar.

— Ela é funcionária do meu padrasto e eu trabalhava lá só pra não ficar duro. Aí teve um dia que eu peguei carona com ela e fomos parados numa blitz. Ela tava com cem gramas de maconha no carro e pra não deixar ela ir presa, eu assumi as cem gramas. Isso tudo na frente do meu pai, que é ex policial, aí ele odeia ela. Por ele, ela iria presa.

Ela ficou me olhando um pouco pasma e permaneceu quieta.

— A história é isso.

— Nossa... Ela não tinha contado isso pra gente. — disse se referindo a ela e ao irmão dela.


Quando eu ia falar, fui interrompido pelo meu pai entrando no carro com a Daiana.

— Desculpa a demora, gente! — disse descontraído.

Ele deu a partida e ficou um silêncio absoluto no carro.

— Eu ainda não apresentei. Daiana, esse é o meu filho, Rafael.

— Oi! — disse simpática e se virando.

Apertei a mão dela sorrindo.

— Essa é a Mavi, a namorada dele.

A Mavi nem era minha namorada ainda, mas a mesma riu e falou com a Daiana, do nada o silêncio virou conversa, todo mundo estava trocando ideias.

Logo chegamos ao restaurante, minha mãe e Fraga já estavam lá, então só entramos e fomos em direção a eles.

Já era de se esperar a feição da minha mãe quando visse meu pai acompanhado.

Todos se olharam antes de se falarem, ficou silêncio por poucos segundos, mas foi constrangedor.

— Oi, mãe! — disse quebrando o silêncio.

Ela me abraçou e me parabenizou, mesmo tendo me parabenizado mais cedo. A mesma coisa foi com o Fraga.

Apresentei a Mavi pra minha mãe, pro Fraga e só depois nos sentamos.

Novamente silêncio, o clima estava muito chato, no mesmo ambiente estavam os meus pais com os seus parceiros atuais. De todos, a minha mãe era a que mais parecia estar incomodada com a situação.

— Como foi na faculdade? — disse sorrindo.

— Melhor do que eu esperava. — disse rindo.

Ela riu e eu percebi que toda hora ela olhava pra Daiana, ela a olhava e desviava o olhar pra mim.


— E você Mavi, esse é o seu nome ou...

— É Maria Vitória — a interrompeu —, mas se quiser, pode me chamar de Mavi mesmo, todo mundo me chama assim. — disse simpática e sorrindo.

Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.Onde histórias criam vida. Descubra agora