Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.

Capítulo 15

Voltei a olhar pra TV e quando estava dando quase meia-noite, meu pai me ligou.

— Pensei que não fosse me ligar.

— Desculpa, filho. O meu dia foi cheio, acabei de voltar pra casa e...

— Não, tudo bem, pai.

Ficou um silêncio desconfortável, mas logo ele falou.

— Topa sair amanhã?

— Pode ser.

Nós conversamos mais um tempo, ele me desejou feliz aniversário, logo depois eu desliguei e fui dormir.

No dia seguinte ele chegou cedo, bem cedo, então eu não fiz nada em casa, só tomei banho e arrumei uma mochila com coisas que eu precisaria.

Assim que eu entrei no carro, o meu pai já me abraçou.

— Feliz aniversário de novo, filho.

— Valeu, pai. — disse sorrindo.

Ele me olhou sorrindo enquanto passava a mão no meu cabelo.

— Eu tô me sentindo velho. Parece que foi ontem que a sua mãe me ligou pra falar que a bolsa tinha estourado... — disse rindo, mas com os olhos marejados.

— Eu te amo, pai. — disse sorrindo e beijando a mão dele.

Ele sorriu, ficou me olhando por uns segundos e voltou a atenção pro carro, dando a partida.

— Novidades?

— Ah, nenhuma boa.

— Quais são as ruins?

— A Júlia não quis ficar comigo.

Ele me olhou com uma cara de ironia e voltou a olhar pra pista.

— E cê acha que ela vai querer mais alguma vez?

— Ah, eu acho que sim.

Ele riu e me olhou dizendo "ai ai".

— Rafael, você fez 18, mas tem inocência de 14.

Eu ri e ficamos conversando até chegarmos em casa, lá eu tomei meu café da manhã e logo depois nós saímos novamente.

Fomos pro Cristo Redentor, tinha muito tempo que eu não ia, o meu pai sabia e então ele me levou lá.

O dia foi absolutamente incrível, voltamos pra casa umas sete da noite, eu estava exausto.

— A gente tem que sair mais pra esses lugares. Quer ir no bondinho do Pão de Açúcar da próxima vez?

— Claro, só vamo. — ri.

Estava a caminho do banheiro quando meu celular tocou, era a Júlia. Eu sinceramente não queria atender, mas ao mesmo tempo eu não queria deixar ela no vácuo, então eu respirei fundo e atendi.