Capítulo 30

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Ela me olhou com os olhos meio fechados ainda e eu estava com tanta raiva, eu não consegui esperar pra falar no dia seguinte.

— Eu tô indo embora! — disse saindo rápido do banheiro.

Fui pra sala e comecei a arrumar as minhas coisas, meu rosto estava começando a ficar quente de tanto que eu chorava e o choro não cessava.

A Júlia apareceu na sala e me olhou sem entender.

— Você quebrou meu celular, Raf...

— Eu tô com ódio de você — a interrompi —, com ódio! — disse gritando.

— Que foi, Rafael?! — disse assustada.

— Você mentiu pra mim, mentiu sobre eu ser pai do seu filho! — disse gritando e após, chorando.

Ela congelou e cheguei perto dela com tudo.

— Achou que eu não fosse descobrir? — disse baixo, perto do rosto dela.

— Calma, Rafael! — disse com a voz trêmula.

— Você ainda quer que eu fiquei calmo? — disse gritando.

— Eu posso explicar! — disse chorando.

— Então explica! — disse gritando.

Ela começou a chorar e eu também, a ficha estava caindo, mal tinha tomado o susto de me tornar pai, agora eu estava tomando outro susto por não ser o pai biológico da criança. Eu estava desacreditado com a mentira dela, como ela pôde fazer isso só pra se favorecer? Em momento nenhum ela pensou no que eu passei, ela conseguiu me afastar da Mavi por conta disso, dos meus pais principalmente.

— O pai não queria assumir, Rafael, eu não tinha o que fazer! — disse chorando.

— Aí você achou um babaca pra assumir.

Eu me afastei dela e ela chorava muito, eu não estava acreditando naquilo.

— Rafael...

— Eu não quero mais escutar você falar! — a interrompi — Você me afastou dos meus pais, da minha namorada, a minha mãe me expulsou de casa por sua causa! — disse gritando.

— Para de gritar! — disse tentando tapar a minha boca.

No calor do momento eu dei um tapa forte na mão dela, eu estava com raiva, ela me olhou estagnada e chorando.

— Como que você teve a frieza de mentir pra mim vendo tudo o que eu passei com a minha família? — disse com a voz falha.


Ela não dizia nada, só chorava e eu já estava perdendo o pouco de paciência que me restava.

— Fala! — disse gritando e pegando ela pelo braço.

— Eu tô grávida, Rafael! Me solta! — disse gritando e chorando.

O interfone dela começou a tocar e nem um de nós demos a mínima, eu estava quase caindo naquele chão de tanta raiva. Eu soltei ela e ela continuou chorando.

Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.Onde histórias criam vida. Descubra agora