Capítulo 16

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Ele retribuiu o abraço e quando eu estava pra sair, ele me chamou e me fez esperar na sala.

— Pai, vai de pressa que eu tô atrasado. — disse alto pra ele escutar.

Ele demorou uns dois minutos e voltou com um pacote de camisinhas, olhei pra ele sem ação, com um pouco de vergonha e fiquei esperando ele falar.

— Vai lá agora!

—Pai, não precis...

— Precisa sim, ter um filho agora não é o maior dos problemas, doença também existe. Agora pode ir.

Assenti sem graça e saí do apartamento, eu nem usava aquilo, na verdade, nunca tinha usado, mas eu não queria que o meu pai soubesse que o filho dele de dezoito anos era virgem. Então eu só aceitei, mesmo sabendo a possibilidade de voltar pra casa zerado, como sempre.

Me encontrei com a Júlia, rolou aquele clichê de sempre e nós entramos no carro.

— A gente vai pra aquela casa de novo?

— Não, dessa vez não! Tá com a sua identidade aí? — disse rindo.

— É, ela tá aqui.

— Então espera e verás! — disse rindo e dando a partida.

Eu não sabia pra onde exatamente a gente estava indo, mas tinha uma pequena noção.

Depois de muito tempo dentro do carro, a gente parou em frente a uma boate ou balada, não sabia bem, e descemos.

— Melhor maneira de comemorar os dezoito, né não? — disse rindo.

Eu só ri e assenti, ela passou o braço pelo meu pescoço e fomos pra entrada.

— Dois ingressos, por favor! — disse dando o dinheiro.

Eu nem percebi ela pagando a minha entrada, quando vi, já tinha entrado com ela. O som estava muito alto, não dava pra enxergar nada, eu estava muito perdido.

— Júlia! — disse alto.

— Peraí, eu tenho que ligar pro pessoal. — disse no meu ouvido.

Assenti e fui pro bar, aquele não era o meu ambiente, mas eu gostava de ficar na presença da Júlia.

Fiquei no bar uns 30 minutos, fazendo nada, bebendo nada, eu estava quase pegando um táxi pra ir embora.

— Tava te procurando! — disse me assustando.


Não teve nem como tomar um susto, a música estava muito alta, eu não sabia o que eu escutava direito. Eu só olhei pra trás e vi a Júlia com o mesmo pessoal das sociais, falei com todos e quando eu me virei pro bar, alguém tocou meu ombro.

— Não vai falar comigo?

Me virei novamente e me deparei com a Maria Vitória, mais bonita que o normal, ela tinha mudado muito, mas ainda era a mesma. Eu não sei explicar, só sei que eu fiquei a olhando sem reação enquanto ela sorria. Sorri de volta e a abracei.


— Então, gente! Vamo fazer vaquinha pra comprar um balde?

Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.Onde histórias criam vida. Descubra agora