Ela passou por mim bufando, eu a segui e ela já estava indo pro ponto de ônibus... de novo!
Rafael: Ah, não! Agora você vai de carro. (disse pegando o braço dela)
Mavi: Me solta, Rafael. (disse séria)
Rafael: Jesus! Só entra no carro. (disse olhando pra ela)
Ela ficou me olhando em silêncio, parada, com a Eloá no colo. Suspirei e olhei pra ela.
Rafael: Por favor, minha linda! Minha filha não nasceu pra andar de ônibus, entra no carro. (disse descontraído)
Ela se segurou pra não rir e foi pro carro, abri a porta pra ela pôr a Eloá na cadeirinha e depois abri a porta pra ela entrar, fiz uma média. Ela foi a viagem toda em silêncio, com os fones no ouvido, e eu já estava treinando como dar a notícia da melhor forma, sem impactar ela.
Chegamos em casa e ela foi dar um banho na Eloá, que a essa hora, estava caindo de sono, deixei ela no banheiro sozinha com a nossa filha e fiquei refletindo sobre o que o Higor tinha me dito.
Ela precisava saber, quanto mais cedo, melhor, era pro bem dela, pra segurança dela. Ela ia me matar quando eu contasse e descobrisse que eu ainda escondi dela por um tempo, mas... Eu não tinha outra escolha.
Rafael: Deixa que eu visto ela.
Entrei no nosso quarto de surpresa, peguei a Eloá do colo dela e fui pro quartinho da mesma, fiquei sozinho lá, vestindo ela, aproveitando o meu momento de pai. Ela estava quase dormindo.
Rafael: Ninguém nunca vai te fazer nada, eu não vou deixar. (disse pegando ela no colo)
Fiquei abraçado com ela, e ela acabou dormindo no meu colo. A Maria entrou no quarto com a mamadeira dela e eu quis dar, fiquei com ela ali, até ela acabar de mamar e logo após dormir.
Saí do quarto e fui pra sala, a Maria estava lá, em silêncio, olhando pra TV, balançando a perna. Eu sabia que ela estava chateada, e ela não ia falar até eu tomar a iniciativa de conversar com ela e pedir perdão. Sentei do lado dela e a olhei, ela me olhou de canto de olho e voltou a olhar pra TV.
Rafael: Vamos conversar? (disse desligando a TV)
Ela apenas suspirou e me olhou, séria, enquanto batia o pé insistentemente no chão.Mavi: Fala. (disse ríspida)
Rafael: Desculpa por ter te tratado mal, na frente do pessoal do hospital e tudo mais. Eu tô muito sobrecarregado, tem umas coisas acontecendo no batalhão, e eu tô muito estressado. Mas me perdoa, não gritei e nem fui grosso com você por querer. (disse segurando a mão dela)
Mavi: Você nem respondeu o meu "bom dia". (disse com a voz trêmula)
Rafael: Me desculpa.
Abracei ela e quando eu a soltei, vi ela secando o rosto. Naquele momento, que eu vi ela fragilizada daquele jeito, eu quis parar por ali, não quis dizer mais nada, nem contar a real situação em relação ao Mascarado.
Mavi: Eu tô tão exausta, eu tava doida pra te ver, e você chegou fazendo aquilo, por uma idiotice. Que que tinha demais naquilo? Eu sempre fiquei na calçada do hospital e você nunca ligou. (disse prendendo o choro)
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Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.
Acción(apresentação dos personagens no último capítulo + fotos) A história retrata a vida de Rafael Nascimento, filho do então coronel do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), exonerado, Roberto Nascimento, que foi baleado por engano em uma da...