Capítulo 26

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Eu já estava ficando louco.

Cheguei em casa e falei normalmente com a minha mãe, o Fraga ainda estava trabalhando e era óbvio que a Júlia tinha faltado, ele ia ficar muito mais tempo no trabalho.

No dia seguinte eu liguei pra Júlia e tinha marcado dela chegar lá em casa depois do meu trabalho, fiz a mesma coisa com o meu pai, ele me perguntou pra caramba o porquê, mas eu não falei, só falei que ele tinha que aparecer.

Comuniquei a minha mãe e ela me fez várias perguntas, eu não respondi nenhuma.

Cheguei em casa meia hora antes, falei pro meu chefe que eu estava passando mal e ele deixou eu sair mais cedo.

Assim que eu abri a porta, vi os meus pais falando alguma coisa entre eles. O Fraga estava trabalhando, eu não achei justo fazer ele sair do trabalho dele pra ir lá pra casa.


Eu sei que ele participou mais do que o meu pai na minha criação, mas não, preferi conversar só com os meus pais biológicos primeiro.

Depois eu ainda ia ter que conversar com a Mavi e o meu pesadelo só estava começando.

Mal entrei e já recebi uma avalanche de perguntas e eu só soube falar pra eles esperarem mais um pouco.

Eles já estavam ficando furiosos comigo e eu nem tinha contado parcialmente o que estava rolando. Liguei pra Júlia, pra saber onde ela estava, e ela disse que já estava chegando.

Dez minutos dos meus pais me perguntando sem parar depois, ela finalmente tinha chegado. Me deu um medo indescritível de contar pro meus pais, mas eu precisava, eles tinham que saber. Independente da idade de um filho, os pais tem que saber quando está vindo um bebê, e comigo não foi diferente.

— Ai, não... O que essa menina tá fazendo aqui? — disse me olhando.

Não respondi e peguei uma cadeira pra Júlia se sentar.

— Dá pra falar logo o que tá acontecendo? — disse sério.

Eu olhei pra Júlia e ela já começou lacrimejar. Respirei fundo e olhei pra eles, que me olhavam muito sérios.

— Eu... Eu chamei você aqui... Pai, mãe... A gente tem que conversar com vocês.

— Sobre o que exatamente? — disse franzindo um pouco o rosto.

Meu pai já tinha sacado, ele pegava tudo no ar, ele só queria escutar da minha boca, eu tinha certeza disso.

A Júlia me olhou deixando as lágrimas caírem e abaixou a cabeça.

— Eu não sei como eu falar isso pra vocês ainda. — engoli seco.

— Diz logo, Rafael! — disse aumentando o tom.

Respirei fundo mais uma vez e olhei pra eles.

— A Júlia...

— O que tem ela? — disse levantando do sofá, furiosa.

— Ela tá grávida... E eu que sou o pai. — disse de uma vez.

Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.Onde histórias criam vida. Descubra agora