Capítulo 19

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Ela suspirou profundamente e colocou as mãos no rosto. Meu pai nem se meteu, ele só ficou assistindo.

— Eu não dormi nada essa noite, preocupada com você!

— Não é pra tanto, mãe. — disse calmo.

— É pra tanto sim! — disse gritando.

— Para de gritar, por favor. — disse colocando as mãos no rosto e sentando.

Ela continuou falando por uns dez minutos, e eu já estava começando a ficar irritado, agora eu estava entendendo o meu pai, nem o julguei mais.

— Mãe, tá bom! Eu tô vivo, é isso que importa. Eu já entendi.

— Eu nem sei porque eu tô falando isso tudo, cê já tem dezoito anos mesmo. Mas, quando você precisar de mim, eu vou te lembrar que você já entendeu! — disse séria e se levantando do sofá.

Eu suspirei e ela me olhou.

— Bora, cê vai comigo.

O meu pai fechou a cara mais ainda e foi até a minha mãe.

— Ô, calma aí. Ele vai passar três dias comigo, esse foi o combinado, Rosane.

— É, mas eu mudei de ideia.

— Como assim você mudou?

— Eu só mudei e pronto. Vamos, Rafael!

Eu não podia ficar quieto, eu estava me reaproximando do meu pai agora praticamente, pra ela fazer isso.

— Eu vou ficar com ele, mãe.

Ela me olhou trancando o maxilar e falou novamente. Eu sempre respeitei meus pais, sempre, mas eu não estava vendo necessidade pra aquilo tudo.

— Rafael, eu vou repetir...

— Para de me tratar como se eu fosse criança! — a interrompi.

Os meus pais me olharam e a minha mãe ficou me encarando.

O meu pai veio até mim e falou no meu ouvido.

— Vai com ela, não responde mais não. Semana que vem você volta. — disse calmo, só pra eu escutar.

Suspirei fundo, fui no quarto do meu pai, peguei as minhas coisas e saí sem nem esperar a minha mãe.

Entrei no elevador e fiquei esperando ela lá embaixo.

Ela saiu do elevador e veio na minha direção.

— Vamo logo.

Não disse nada e fui pro carro dela.

Dias depois


Eu não aguentava mais morar com a minha mãe, eu já tinha dezoito anos e não podia fazer absolutamente nada que eu queria.

Eu precisava de dinheiro pra sair de casa, o que eu ganhava com o Fraga não era o suficiente.

Estava no escritório dele sentado na mesa da Júlia, já que ela tinha faltado, vendo as papeladas e quando fui levar as coisas pra ele, aproveitei e pedi ajuda.

Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.Onde histórias criam vida. Descubra agora