O blindado só nos ajudou a sair da favela, embaixo daquele tiroteio seria impossível sair sozinho. Ele nos deixou do lado de uma viatura, lá o Lins pegou a direção. O blindado era muito lento pra levar a gente até o hospital, a gente precisava de algo mais rápido pra salvar a vida do Higor.
O Lins foi pro Hospital Municipal Lourenço Jorge e a todo momento eu conversava com o Higor, tentando manter ele acordado, consciente.
Rafael: Não fecha os olhos, a gente já vai chegar, aguenta mais um pouco. (disse com a voz trêmula)
Higor: Rafael, eu vou morrer... (disse fraco e tossindo)
Rafael: Não! Não vai! Você vai ficar bem! (disse com a voz trêmula)
Ele apertava meu braço, parecia estar com medo. Mas quem estava com mais medo, era eu.
Rafael: Cê vai ficar bem, vai ficar tudo bem, calma.
Higor: Liga... Liga pra Beatriz. (disse fraco)
Peguei meu celular, chorando, e liguei pra ela, mas quando ela atendeu, eu fingi a calma.
Beatriz: Oi, Rafa. (disse com voz de sono)
Rafael: Beatriz... Tá podendo falar? (disse com a voz embargada)
Beatriz: Tô, pode falar. (disse simpática)
Rafael: Olha, fica calma. Eu preciso que você vá pro Lourenço Jorge, agora.
Beatriz: Que que aconteceu?! O Higor tá bem?! (disse assustada)
Rafael: Ele foi atingido na operação de hoje, mas fica calma, ele tá vivo. (disse com a voz trêmula)
Ela não disse nada e desligou. Olhei pro Higor e ele estava com os olhos fechados, estava mole.
Rafael: Higor?!
Ele não respondeu.
Rafael: Não faz isso comigo, por favor, Higor! Eu te amo! (disse o abraçando e chorando)
Ele não respondia mais a nenhum estímulo meu.
Chegamos poucos minutos depois no hospital e ele foi atendido imediatamente. A minha farda, que era camuflada, agora estava toda vermelha, suja de sangue.
Fui atendido também, tiraram o estilhaço daquela granada da minha perna e fizeram um curativo, fui liberado em menos de 20 minutos.
Me sentei na calçada em frente ao hospital, a outra viatura chegou pouco tempo depois, perguntando pelo Higor, e eu nem sabia informar direito o estado dele.
Beatriz: Rafael!
Olhei pra cima e a Beatriz veio chorando na minha direção.
Rafael: Fica calma! (disse levantando e abraçando ela)
Beatriz: Cadê o Higor? Onde ele tá? (disse chorando)
Rafael: Já levaram ele, fica calma. Olha pra mim, fica calma. (disse segurando o rosto dela)
A abracei, tentando acalmar ela. Ela foi se acalmando aos poucos. Sentei com ela na beira da calçada e ficamos sentados por mais de uma hora, e aos poucos ela ia se destraindo enquanto conversava comigo.
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Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.
Acción(apresentação dos personagens no último capítulo + fotos) A história retrata a vida de Rafael Nascimento, filho do então coronel do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), exonerado, Roberto Nascimento, que foi baleado por engano em uma da...