Capítulo 25

951 66 33
                                    

A minha visão mudou bastante depois daquilo.

No domingo eu já havia voltado pra casa da minha mãe, fui pro quarto e passei alguns minutos com a Mavi no celular.

Quando eu desliguei, o Fraga entrou no meu quarto.

— Era a Mavi? — disse sorrindo.

— Era. — disse sorrindo.

— Eu gostei bastante dela, ela é tão calminha.

— Ela é demais! — disse sorrindo.

Ele riu e se sentou do meu lado. Nós conversamos por vários minutos e de repente deu um estalo nele.

— Ah, verdade! A Júlia me disse que quer falar com você.

Quando ele disse aquilo, o meu coração acelerou, não deixei transparecer o nervosismo e perguntei.

— É sobre o quê?

— Ela não disse. Se disse, eu esqueci. — disse rindo.

Ri forçadamente e eu pensei em ligar pra ela, eu queria saber o que era. O Fraga saiu do quarto e assim eu fiz.

Ela não demorou pra atender.

— O Fraga disse que cê queria falar comigo. — disse ríspido.

Ela não disse nada, só era possível escutar a sua respiração.

— Júlia?

— Rafael, eu posso falar com você? É urgente.

— Fala.

— Tem que ser pessoalmente.

— Tá, mas qual é o assunto? Fala.

Eu escutei ela ficar mais ofegante, parecia que ela estava chorando, sei lá, obviamente eu fiquei muito mais nervoso, e mais apreensivo.

— Júlia!

— Amanhã, me encontra amanhã, por favor. — disse com a voz embargada.

Com esse suspense, ela desligou o celular. Ela tinha conseguido acabar com o meu domingo, eu fiquei preocupado o dia inteiro por causa dela, mas eu não falei com ninguém sobre.

No dia seguinte eu voltei a rotina, acordei oito da manhã pra ir trabalhar. Eu não dormi direito e nem rendi no meu trabalho, que era vender em uma loja de roupas.

Faltando menos de uma hora pra eu ser liberado, eu liguei pra Júlia.

— Oi.

—Daqui a pouco eu largo do trabalho e tem uma cafeteria aqui pert...

— A gente pode conversar na minha casa? — me interrompeu — Eu prefiro.

Engoli seco e assenti, ela desligou o celular e assim que deu o horário, eu fui.

Eu já tinha ido na casa dela com o Fraga, assim que eu conheci ela, então eu não tive que perguntar como chegava até lá, eu já sabia. Liguei pra Júlia me buscar na portaria e quando eu vi ela, fiquei um pouco pasmo. Ela não estava arrumada, como sempre ficava, não estava sorrindo, como sempre sorria.

Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.Onde histórias criam vida. Descubra agora