Capítulo 45

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Entrei sem pedir permissão mesmo, eu queria achar as pastas que o Fraga tinha deixado no quarto, eu queria saber o que ele tinha ido fazer na rua.


Diogo: Rafael, sai do quarto, para de bagunçar as coi...

Interrompi ele.


Rafael: Cadê as pastas que você deixou aqui no quarto? (disse levantando o colchão)

Diogo: Que pastas? Do que você tá falando?

Rafael: Ué, tava mentindo? Você disse que tinha deixado umas pastas aqui no quarto. (disse olhando ele sério)


Ele ficou em silêncio e olhou pra baixo.


Rafael: O que você veio deixar aqui no quarto? (disse me aproximando)


A minha mãe apareceu na porta do quarto e ficou me olhando amedrontada.


Rafael: Fala, antes que eu desça a porrada em você. (disse perto do rosto dele)

Rosane: Que isso, Rafael?! (disse segurando o meu braço)

Rafael: Me fala logo. (disse entre os dentes)


Ele segurou a mão da minha mãe, fazendo ela largar o meu braço, e entrou no quarto. Ele abriu o armário e no chão dele tirou uma tábua de madeira, ele tinha um fundo falso na parte dele do armário, a minha mãe olhava sem reação, acho que nem ela sabia do fundo falso.

Ele tirou de lá um bolo de dinheiro e... 3 malotes de droga. A minha mãe olhou pra ele paralisada e eu mais ainda.


Diogo: Ele me propôs vender maconha e cocaína pra eu conseguir pagar o que eu tô devendo.

Rosane: Que que é isso, Diogo?! Diogo, você tá maluco?! (disse chorando e batendo no braço dele)


Era visível que nem a minha mãe sabia que ele estava fazendo aquilo, eu tive que levar ela prs cozinha, pra ela beber um pouco d'água.

Agora eu havia entendido porque a Mavi ficou tão chateada comigo por eu ter enquadrado e levado o irmão dela pra delegacia, o meu padrasto estava traficando e mesmo eu tendo a completa noção disso, eu não podia levar ele pra delegacia, o certo a se fazer era isso, mas eu não podia.

Voltei pro quarto e ele estava sentado na cama, apoiando a cabeça nas mãos.


Rafael: Tá devendo quanto pra ele? (disse com a voz trêmula)

Diogo: Agora eu tô devendo só 30 mil. (disse me olhando)


Respirei e procurei manter a calma, o que estava sendo quase impossível, o Fraga merecia uma surra, um problema que era só dele e que agora estava envolvendo até pra minha mãe, que não tinha absolutamente nada a ver.

Tropa de Elite 3: Tal Pai, Tal Filho.Onde histórias criam vida. Descubra agora