Mike
Passei por Wes, sem desejar ao menos bom dia, e fui direto á sala do Henrique, não bati, entrei direto. Peguei os dois bolos de notas nos bolsos.
— Acabei de contar, tem três meses de aluguel aí. Por favor, consiga até o fim do mês, para que eu quite o restante. Henrique, por favor, você sabe o que esse apartamento significa para mim. Você viu, já não tenho quase nada lá em cima, e não me importo se só restarem as paredes e um trapo para que eu durma no chão, mas me consiga tempo. Vou pagar o que devo.
Ele contraiu os lábios. — Vou fazer o possível, mas não faça nenhuma loucura.
Balancei a cabeça negativamente. — Obrigado.
Saí da sala dele, e suspirei me acalmando. Deixei um sorriso de alívio tomar conta de mim, e passei pela recepção. Olhei em volta vendo se alguém observava, e quando vi que não havia ninguém ali, passei e dei um tapa na bunda de Wes, como eu fazia sempre que podia para provocá-lo. Ele deu um pulo e se virou para mim.
— Diga que conseguiu o dinheiro, Mike. Não quero perder meu crush. — Ele juntou as mãos em oração.
Gargalhei da palhaçada dele — Consegui uma parte, ainda estou na corda bamba, mas tenho planos. Mesmo que não me agradem.
Ele me olhou, envergonhado — Mike... Eu sei que não sou ninguém, nem nada, mas... Por que não arruma um emprego?
Olhei para ele, deixando meu sorriso desaparecer. Ele não sabia de nada, não sabia... E eu não podia descontar nele.
Abri um sorriso sarcástico e me debrucei no balcão para sussurrar perto de sua orelha. — Porque eu só sei foder!
Ele se arrepiou, e se virou para mim.
— Não duvido. — Ele estremeceu — Conseguiu três meses de aluguel em uma noite...
Dei tapinhas em suas costas rindo, como sempre, ele devia ter ficado ouvindo minha conversa atrás da porta. — Exatamente! Agora preciso de um banho. — Estiquei os ombros — Até te convidaria para esfregar minhas costas... Mas... – Olhei para sua calça ganhando volume — É... Melhor não. — Eu ri e corri para o elevador.
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Tomei um longo banho, deixando a água desfazer os nós de dor nas minhas costas. Saí, me enxuguei, deixei apenas uma toalha enrolada na cintura e me sentei no vaso, para usar a internet do vizinho, fiz um pedido de comida. Precisava estar de barriga cheia, talvez voltasse naquele bar, se conseguisse outra noite como aquela, eu podia até resolver meu problema de vez.
Uma hora depois, atendi a porta, e Wes segurava o embrulho com minha comida. Ficou tão pálido ao me encontrar apenas de toalha que tive que fazer um gesto para que ele fechasse a boca.
Peguei o embrulho de suas mãos.
— E... Estou de folga hoje à tarde. — Ele balbuciou tentando desviar os olhos de meu abdômen.
Sorri — Que bom para você. — Peguei minha jaqueta e tirei o dinheiro do bolso para pagar a comida.
Ele colocou os dedos gordinhos no bolso da calça, puxando de lá uma nota de cem. — O que eu consigo com isso? — Seus olhos azuis reluziram para mim.
Eu ri, mas tentei fazer cara de indignado. — Está achando que sou uma putinha da Augusta, Wes?
Ele arregalou os olhos assustado, e agarrei sua camisa para puxá-lo para dentro do meu apartamento, enfiando o dinheiro em seu bolso da frente.
— Guarde seu dinheirinho suado, amigo, não vou cobrar de você. — Andei até a cozinha com ele atrás de mim — Até por que, já te disse mil vezes que não curto homem. Mas se te faz bem olhar, posso concordar. — Olhei por cima do ombro ele se aproximando — Mas se me tocar vai perder a mão! — Ele recuou, e eu ri.
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Audaz
Romance(+18) Mike é o mais jovem e cruel treinador da "agência" ele tem a tarefa de criar mulheres perfeitas para clientes de gostos exóticos. Ensina-las a suportar tudo e ignorar seus limites. Fascinada por uma vida melhor para ela e sua mãe, e com o des...