23 Juntando Peças

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Mariany

Abri os olhos com o barulho do celular tocando insistentemente, era manhã de sábado, eu não tinha trabalho. Então quem me ligaria?

Peguei o telefone, sonolenta e atendi sem abrir os olhos.

— Mari, você sabe do Mike? — Ele estava aflito.

Esfreguei os olhos tentando acordar

— Wes? Não... Por que eu deveria saber?

— Ele me disse que você era um contato de emergência...

— Espera, me explica o que está acontecendo. Não estou entendendo nada. — Me sentei para tentar focar na conversa.

Ele engoliu seco — Ele me disse que não demoraria ontem quando saiu, mas não voltou até gora, uma garota apareceu aqui desesperada, falou algo sobre o namorado querer matar o Mike, e... Ele não atende o celular, e estou com um aperto no peito...

Eu quase ri. — Wes, o Mike é safo, ele deve estar bem, deve ter arrumado trabalho e não voltou. Relaxa.

— Não Mari — Ele ficou impaciente — ele estava machucado, disse que tinha que se livrar dos hematomas antes de trabalhar de novo. Ele até me ofereceu um lanche quando voltasse...

Arregalei os olhos, mas me concentrei em deixar minha voz calma. — Ele saiu com o carro dele?

— Saiu, por quê?

Dei um soco na cama. — Por nada Wes. Fica calmo tá? Como você mesmo disse, eu sou seu contato de emergência, qualquer coisa, eu vou saber primeiro.

Ele deu um chorinho baixo, e concordou.

Pulei da cama, e vesti a calça jeans do dia anterior com meu casaco marrom e corri até meu carro, não liguei para o cabelo desgrenhado, ou meu mau hálito matinal.

Meia hora depois estava em frente a casa dele, não eram nem nove da manhã, e bati insistentemente na porta.

— Ge! Abre a porta! — Implorei.

Ouvi ele arrastando os pés do lado de dentro.

— Onde está o Mike? — falei irritada.

— O que? Como eu vou saber? Já não banco a babá há muito tempo garota. — Ele deu de ombros.

— Ele me disse que você faria um serviço para ele!

— E fiz! Ontem à noite.

— Então me diz o que fizeram com o carro dele. Onde estão os restos?

Ele me encarou — Não vou dizer, ele precisa prestar queixa de roubo antes.

Fechei os olhos — Ele está sumido desde ontem! Seus caras...

— Any, meus caras não cuidam de pessoas, apenas de carros. Não se preocupe, ele vai aparecer...

— Não banque o engraçadinho comigo Ge, eu ainda posso acabar com você...

— E você... — Ele se aproximou de mim — Pode se esconder nessa pele de mocinha doce fisioterapeuta. Mas sei bem a vadia que é. Não estou com seu amado nos bolsos, agora quer fazer o favor de sair da minha casa! — Ele bateu a porta na minha cara.

Bati com a lateral do punho contra a madeira — Pelo menos me diga o lugar onde pegaram o carro? Me dê uma direção Ge! Por favor...

— Bairro Boa Vista! — Ele gritou de trás da porta. E sabia que dali, eu não conseguiria mais nada.

Realmente os caras dele não costumavam machucar pessoas. Mas... Fiquei preocupada. Ele não sumia assim. Talvez eu tenha entrado na mesma paranoia que o Wes. Talvez o Mike só estivesse trabalhando... Um trabalho de última hora...

AudazOnde histórias criam vida. Descubra agora