46 Me adequando

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Mike

Sete meses depois

Os dias passaram mais devagar do que eu esperava, me reergui com algum esforço. Wes ainda estava presente em todos os cantos daquele prédio, ainda via seu sorriso todas as vezes que passava pela portaria.

Meu joelho se recuperou bem dessa vez. Mariany fez questão de acompanhar toda a minha recuperação. E eu fazia questão de estar com ela em cada consulta de pré-natal. Aliás, essa era a minha maior alegria, poder assistir sua barriga crescendo, suas mudanças de humor que me faziam rir de sua irritação. Era tudo muito mais especial do que eu jamais imaginei. Era um presente que eu não merecia.

— Mike! Que inferno! Onde estão as minhas meias... — Ela choramingou no fim do corredor.

Eu ri e fui até a lavanderia. Peguei suas meias e a abracei, voltando com ela para o quarto.

— Estão aqui. — Mostrei para ela. E fiz com que ela se sentasse na cama. Peguei seus pés agora sempre frios, e dei um beijo em cada um antes de colocar dois pares de meias e esfregá-los para deixá-los quentinhos. — Você está melhor? — Coloquei meu queixo em seu joelho.

Ela puxou meu rosto para ela. — Desculpe, estou ficando doida, estou cansada, com raiva, com vontade de fazer xixi a cada cinco minutos... Meus pés não esquentam mais... — Ela choramingou, cansada.

Dei-lhe um selinho — Me diz o que eu posso fazer. Eu... Eu não sei como te ajudar.

Ela fechou os olhos e suspirou. — Pega chocolate pra mim? — Ela fez beiço.

— Mas sua médica disse...

— Que se dane o que ela disse Mike! Duvido que ela não se empanturraria se estivesse carregando um sujeito que não para de se revirar dentro dela.

Eu ri. — Tudo bem. Mas ela disse que isso faz ele se mexer mais.

Ela revirou os olhos.

Dei um beijo em sua testa, e fui até a cozinha pegar uma das barras escondidas na prateleira de cima do armário, para que ela não encontrasse. E voltei para o quarto.

Ela devorou o chocolate em minutos, e me sentei atrás dela, colocando-a entre minhas pernas e afagando sua barriga.

Ela sorriu, e virou o rosto para me dar um beijo com gosto de chocolate. — Ele fica quieto quando faz isso. — Ela segurou minhas mãos em sua barriga.

— Lembre disso na próxima vez que me expulsar de perto de você. — Eu ri.

Ela encostou a cabeça em meu ombro — Desculpe Mike... Não vejo a hora disso acabar e a gente poder ver logo a carinha dele.

Beijei seu rosto — Espero que ele se pareça com você.

— E eu espero que ele seja todo você.

Eu ri — Não é legal amaldiçoar seu filho Mariany... — sussurrei para ela. — Mas acho que ele pode ser esperto como eu, e lindo como você.

— Está me chamando de burra? — Ela riu indignada.

— Ingênua... Não burra, e sabe disso.

Ela riu — Quero que ele tenha seu coração, quero que ele seja alguém tão especial quanto o pai dele.

Balancei a cabeça negativamente, mas não discuti mais.

— Está preparado para conhecer minha mãe? — Ela riu.

Pensei um pouco — Preferia que ela só viesse para jantar, e não para se aboletar aqui.

Ela gargalhou. — Você nem a conheceu e já quer mandá-la embora?

AudazOnde histórias criam vida. Descubra agora