37 Mudança de planos

4.9K 698 189
                                    

Mike

No dia seguinte, enviei os dados de Wes para ela, e o dinheiro caiu na conta meia hora depois, Wes quase teve um infarto quando olhou o aplicativo do banco. E me passou seu telefone.

— Quarenta mil? — Ele arregalou os olhos.

Respirei fundo — Isso não é bom sinal.

Ele me olhou, confuso — Como isso não é bom?

— Pode significar que ela vai demorar a chegar. E agora só quero que isso acabe logo. — Suspirei — Por mais que eu confie na K, não gosto da ideia de deixar Mariany longe dos meus olhos.

Ele deu de ombros — Pelo menos não vai precisar emagrecer...

Assenti — Tem razão. Pode ir ao banco e pegar um pouco dessa grana? Preciso pagar as contas.

— Claro Mike, vou em meu horário de almoço.

— Ok, sem pressa.

Me virei, pisei em falso, e ele fez aquela cara. A cara de desaprovação que eu mais via ultimamente.

— Ainda não contou para ela sobre sua perna?

— Não temos tempo para isso agora Wes, quando isso acabar, resolveremos... Vou tentar falar com a K sobre o dinheiro.

Ele ficou me olhando ir até o elevador. Me abaixei, apoiando o peso na outra perna, a dor estava realmente piorando. Mas não era o pior. Na verdade, eu só pensava na cagada que eu tinha feito ao envolver Mariany no lance do seguro...

O elevador parou, e me coloquei em pé, antes de a porta abrir.

— Bom dia Mike, faz tempo que não te vejo por aqui. — Ela sorriu, carinhosamente.

Tentei sorrir de volta — Bom dia dona Lina, estou subindo...

Maldito elevador!

Ela riu e entrou. — Tudo bem, depois eu desço, como você está? Mariany me disse que estava machucado.

Assenti. — Sim, acidente de carro. Ela me falou sobre o senhor Carlos, sinto muito. — Fiz a melhor cara de pesar que consegui.

Ela balançou a cabeça tentando não chorar. — É a vida, não é menino? Estamos fadados a morrer, ou ver os que amamos nos deixar... É um ciclo que não pode ser mudado...

Engoli em seco, sentindo um arrepio pelo corpo. — Realmente. — A porta se abriu, e quase pulei para fora. — Tenha um bom dia dona Lina.

Ela sorriu, e a porta se fechou.

Fechei os olhos com força. — Velha maldita... Parecia até que queria me provocar... — resmunguei, e entrei em meu apartamento.

Peguei meu celular, e mandei uma mensagem para K avisando sobre o dinheiro, e já pedindo que ela pensasse em uma rota alternativa, não podia ficar esperando que minha mãe fosse aparecer do nada. Afinal, eu esperei por anos, e ela nunca apareceu. Não fazia ideia de quanto tempo ela calculava que aqueles quarenta mil me sustentariam.

Sua resposta foi: "Estou reunindo o pessoal, só esperando suas informações".

Nem respondi, e em seguida, mandei uma mensagem para Edith, agradecendo pelo dinheiro. E ela me ligou.

Respirei fundo e atendi. — Oi mãe.

— Querido, pegue esse dinheiro e vá para Rio, deixei Maria avisada de que estará indo. Vou terminar meu trabalho por aqui e no máximo no fim de semana, encontro você lá.

— Ela vai me aceitar? — falei baixo, quase me arrependendo.

— Ela disse que tem uma proposta para você. Peça a seu amigo para alugar um carro.

AudazOnde histórias criam vida. Descubra agora