5 Avaliação

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Mike

Deixei-a em seu quarto, com as sacolas, e já passava das duas da tarde.

Entrei em minha sala, ainda vazia, e peguei a câmera. Voltei para o quarto dela, e entrei sem bater.

— Vou pedir seu almoço. Eles vão entregar aqui. Não saia do quarto se não for muito necessário. — Instrui.

— É só isso? Seu treinamento terrível é fazer compras e me trancar no quarto? — Ela riu.

Suspirei. — Sei que está ansiosa para as práticas, mas acredite em mim, divirta-se enquanto pode. Tenho uma prova para avaliar agora, mas não vai ter folga. — Entreguei a câmera a ela — Apoie-a onde consiga se ver. Prove suas roupas e os sapatos. Ande pelo quarto até que faça isso de olhos fechados, e sem esse jeito de pata com ovo entalado na bunda.

— O que você disse? — Ela quase me fuzilou.

— Você me ouviu. — Eu ri da cara de ódio que ela estava fazendo. — Vou passar para pegar a gravação mais tarde.

— Idiota!

Sorri e saí. É assim que começa...

Voltei para minha sala, e Alexandre já me aguardava. Sentei-me ao lado dele olhando os monitores.

— Qual a novidade? — falei me ajeitando na cadeira.

— Elas comandam! — Ele riu.

Cerrei os olhos para ele. — É sério?

— Apelidamos de dia da vingança. É mais que uma avaliação da garota, é uma avaliação do treinador.

— Mas...

— Andei recebendo reclamações de alguns clientes. — Ele falou ficando desconfortável.

— Alguma das minhas? — falei impaciente.

— Claro que não, as garotas treinadas por você nunca decepcionaram, são as melhores da agência. Você tem um excelente arsenal. Espero que faça seu melhor com a novata. Até eu quero prová-la.

— Por falar nisso... — Me mantive impassível. — Precisarei de mais horas por dia com ela. Está sendo desastroso até agora. Ela vem de uma realidade diferente das outras, não sabe se portar, não tem postura, não sabe falar...

Ele me estudou por um momento — Você não treina uma garota há muito tempo, se acha que não consegue...

— Sou perfeitamente capaz de fazê-la passar, só estou dizendo que tenho que dividir meu tempo, entre duas lições.

Ele riu. — Eu gostaria de ver você ensinando a pobrezinha... Deve estar cheia de hematomas.

Ouvi um barulho alto vindo do quarto ao lado. E apertei as têmporas tentando não me levantar e ir até lá. — Sim, ela deve estar mesmo cheia de hematomas.

— Você é o diabo.

— Em pessoa. — brinquei. E apontei a tela. Tom entrava com sua garota no quarto e lhe mostrava a mesa com todos os itens que ele usara nela durante um mês. Nossa política agora só nos permitia ver, mas não ouvir o que se passava no quarto. Era permitido instruir. Mas olhos atentos (como os meus) conseguiam captar trapaças.

A conversa entre os dois foi breve, e a garota não hesitou nem por um segundo quando o amordaçou e o amarrou de quatro no pé da cama.

Desviei o olhar da tela, e percebi, logo depois, que Alexandre me avaliava também. Voltei a olhar, e agradecendo por não ter som. Os açoites começaram a lhe rasgar a pele e a garota finalmente parou. Usou mais metros de cordas, com nós perfeitos e o deixou no chão. Totalmente vulnerável para que ela o pisoteasse, e o humilhasse como imaginei que ele fizera com ela durante o mês que passaram juntos.

AudazOnde histórias criam vida. Descubra agora