— Wes... Abra os olhos Wes... — sussurrei baixinho — Abra os olhos!
Baixei a cabeça, derrotado. Não adiantava, ele nunca me ouvia.
Me levantei, e fui para o banheiro, molhei minhas mãos na água fria, e voltei para o quarto. Ergui o edredom que o cobria e peguei seus tornozelos com a mão molhada.
Ele deu um pulo se sentando assustado.
— Que droga pai! — reclamou, e eu gargalhei — Odeio quando faz isso!
Arranquei as cobertas dele — Faria todos os dias, mas só tem graça quando está frio. Anda, vai se atrasar para a escola.
— Não vou hoje. — Ele cruzou os braços.
Ergui uma sobrancelha para ele. Treze anos, e já desaforado, só podia ser filho da mãe dele.
— O que? — Desafiei-o.
— Não tô a fim de ir... — Ele falou simplesmente.
Voltei, e me sentei em sua cama, de frente para ele. — Como assim não está a fim? Escola não tem essa de a fim ou não Wes, é obrigação.
— Por favor, pai...
Cerrei os olhos para ele — Está acontecendo alguma coisa na escola que não quer me contar?
Ele baixou a cabeça — Não...
Bufei — Não né? — Ele também mentia como a mãe dele... — Beleza então, fica aí.
Ele arregalou os olhos para mim — É sério?
Me levantei, e dei de ombros — É... — Parei na porta do quarto — Duas escolhas. Você pode ficar aqui, e eu venho no meu almoço para a gente levar um papo, ou você vai para a escola, e te pego na saída para gente fazer alguma coisa antes do nosso compromisso à noite.
— Sem a mãe? — Ele ficou interessado.
Eu ri — Claro. Ela vai trabalhar.
Ele pensou um pouco — Tá. Mas vai me buscar mesmo, né?
Apoiei meu peso sobre a perna direita fazendo careta. — Vou estar no portão.
Ele assentiu e saiu da cama. — Eu vou.
Sorri — Vou preparar seu café.
Ele entrou no banheiro levando seu uniforme e os casacos para já sair vestido de lá. Aquela manhã estava realmente fria. Voltei para o nosso quarto e dei um beijinho em Mariany. Ela se mexeu se espreguiçando.
— Bom dia amor. — Ela resmungou.
— Bom dia... Escuta, eu vou passar a tarde com Wes, você pode ir direto para a casa da K. Acho que ele está precisando conversar.
Ela se sentou arrumando o cabelo, e apertando os lençóis em volta dela. — Acha que é a escola?
Meneei a cabeça. — Tenho certeza, mas vou saber o que está acontecendo hoje. — falei ofegante de raiva.
Ela segurou minha camisa — Mike, são crianças... Por favor.
— Eu sei Mariany... Mas puta que pariu, eu não aguento mais isso. Não aguento ver ele assim.
Ela segurou meu rosto — Tudo bem amor, mas pense bem no que vai fazer, não piore as coisas para ele, você quase não ficou em uma escola, e acredite... Elas podem ser bem cruéis.
— Tanto faz. — Dei de ombros. — Pode voltar a dormir, a gente se vê à noite. Se precisar, me ligue.
— Tudo bem. Mas vai dar tudo certo.
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Audaz
Romance(+18) Mike é o mais jovem e cruel treinador da "agência" ele tem a tarefa de criar mulheres perfeitas para clientes de gostos exóticos. Ensina-las a suportar tudo e ignorar seus limites. Fascinada por uma vida melhor para ela e sua mãe, e com o des...