Mike
Acordei com o barulho da porta sendo fechada, olhei para o lado e vi o bilhete.
"Wes chegará ás nove, deixei tudo pronto para seu café na geladeira, quando ele chegar, peça para ele pegar, tive que sair antes para resolver nosso probleminha com o Ge, volto mais tarde"
Beijos, comporte-se, ou bato em você.
Cocei os olhos rindo. Vadiazinha abusada. Nem acreditei que a teria todos os dias comigo. Tinha que concordar que algo naquela merda toda tinha que ser bom.
Apertei a lateral do corpo e coloquei minha perna imobilizada para fora da cama.
Me apoiei na parede próxima, e meu joelho menos ruim protestou. Respirei fundo e fui alternando meu peso entre as pernas, com passos quase de robô, sem articulações, me agarrando ás paredes.
O corredor pareceu ter quilômetros a percorrer, mas consegui chegar. Lavei o rosto, escovei os dentes, sem me dobrar, e molhei toda a minha camisa. Pensei em me jogar no box e tomar banho de roupa mesmo, mas desisti quando senti minha respiração arder meus pulmões. Ficar molhado por algumas horas poderia me ferrar outra vez.
Andei de volta até a cozinha, e segurando as costelas, me abaixei na geladeira para pegar a caneca de leite que ela deixou preparada e tampada com um plástico filme. Peguei-a, e me virei para fechar a geladeira, me desequilibrei e o leite fez uma poça no chão da cozinha, entre eu e a saída.
Suspirei, fervendo de raiva. Tomei tudo, coloquei a caneca na pia, e olhei para o chão, avaliando a poça. Respirei fundo e tentei pular, mas claro que aquele piso molhado não me deixaria escapar. Escorreguei, e cai sentado sobre o leite.
- Que inferno! - resmunguei, apertando minhas costelas doloridas com o tranco.
Tentei me levantar, mas me dobrar era uma tortura massacrante.
Com algum esforço, consegui me afastar da poça de leite e encostar minhas costas na máquina de lavar. Apoiei a cabeça nela, abracei meu próprio corpo, tentando amenizar a dor, e esperei.
***
Ouvi a porta se abrir, não sei quantas horas depois, e abri os olhos.
- Mike? Cheguei, desculpe o atraso eu... - Ele se virou para a cozinha e quase deu um grito. - Mike!
- Bom dia Wes... - falei entediado.
Ele deixou as sacolas sobre a mesa nova e correu para mim. - Você está bem? Se machucou?
Neguei com a cabeça. - Estou bem, só escorreguei na porra do leite.
Ele suspirou aliviado - E você ainda queria ficar sozinho... Espero que tenha entendido agora o porquê de estamos aqui.
Revirei os olhos.
Ele pegou um pano no tanque, enxugou o chão e voltou para mim. Pegando meu braço e colocando sobre seus ombros.
Me apoiei nele, e ele esticou o braço para me amparar. - Ai Wes... Minhas costelas. - reclamei.
- Desculpe... Quer que eu te leve até o banheiro?
Pensei por um instante. Mas não podia ficar molhado de leite o dia todo.
- Por favor.
Ele me levou até lá e nem reclamou em me carregar com aqueles passos irritantemente lentos.
Ele me deixou dentro do banheiro, e apoiei as mãos na pia, mas ficou parado na porta.
Pelo canto de olho consegui ver o conflito que ele estava. - Wes? - chamei-o, fazendo-o voltar para a terra. - Pode me ajudar com a camisa?
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Audaz
Romance(+18) Mike é o mais jovem e cruel treinador da "agência" ele tem a tarefa de criar mulheres perfeitas para clientes de gostos exóticos. Ensina-las a suportar tudo e ignorar seus limites. Fascinada por uma vida melhor para ela e sua mãe, e com o des...