42 Emboscada

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Mike

Com os primeiros raios da manhã, eles acordaram e voltaram para perto de mim. Tom bateu na porta, segurando duas garrafinhas de água.

— Um presente da sua mãe.

— Ele riu. Abriu a porta e deixou-as na entrada.

Fiquei de pé, cambaleante e peguei as garrafas. Olhei em volta. Uma para mim, outra para o Wes... Olhei para Mariany. Nem a pau!

Entreguei uma garrafa para cada um.

— Não bebam, está gelada demais, esperem até que fique em temperatura ambiente, ou vão passar mal. Estão muito quentes para algo tão gelado.

Wes me olhou surpreso. — Mas Mike...

Dei de ombros — Aproveite o suor das garrafas. Ajude Mariany. Não posso tocar nela. — sussurrei para ele.

Ela estava encostada na parede, encharcada de suor. Ofegando de olhos fechados.

Passamos o dia ali, sem que nada mudasse, desidratados pelo calor e debilitados pela fome. Mais algumas horas, e eu não aguentaria mais ver Mariany daquele jeito...

***

Quando a noite caiu, eles voltaram em comitiva para nossa jaula. Eu não havia nem chegado perto de Mariany, mantive a farsa, e não me deixei fraquejar. Por mais que minha vontade fosse pegá-la no colo e tranquilizá-la.

— E então Mike? Não vai mesmo nos agraciar com um belo sexo gay?

Ergui o dedo do meio para ela, e essa foi minha resposta.

Ela riu — Vou animar as coisas então... Alexandre sempre quis provar a deliciosa que fez o melhor treinador vomitar. Vou mandá-lo para dentro, e veremos se isso te anima.

Engoli em seco. — Se ele entrar, ele morre!

Ela riu ainda mais. — Você parece corajoso demais para alguém que nem se aguenta em pé... Estou curiosa Mike, desde quando se tornou tão protetor assim?

— Vá para o inferno! — rosnei.

Eles riram. — Qual é a dificuldade de você comer seu namorado Mike? Nos dê essa alegria. Ou vou achar alguém para fazer isso, com você assistindo.

— Acostume-se a não ter o que quer, velha desgraçada!

Ela sorriu — Olhe em volta Mike, você é resistente, mas os dois já estão em estado lastimável... Não quer nem tentar um acordo? — Fiquei imóvel. — Religo a água e o ar, se você fodê-lo agora! Não deve ser difícil... Não quer que eu acredite que você não o trata como sua puta não é?

Cheguei mais perto do vidro — Você é a única puta que eu quero foder agora! E não é do jeito que você gosta.

Ela gargalhou.

— Ah Mike... Eu realmente queria saber o que houve com você nesse tempo...

Ignorei-a.

— Mike... — Wes me olhou assustado. —A Mari está muito mal, se não tem outro jeito, eu... — Segurei seu rosto novamente, tentando acalmá-lo.

— Wes, eu não vou fazer isso com você. — Ele começou a chorar — Ei, escute, você confia em mim? — Ele olhou para Mariany que assentiu levemente — Não farei, e não deixarei que ninguém encoste nessa sua bundinha linda, está me ouvindo? — Ele assentiu. — Ótimo, agora fique calmo. Te coloquei nessa merda, e vou te tirar.

Eles ainda conversavam entre si, enquanto nós os encarávamos. Tinha que ter uma forma de sair dali. Eu tinha que conseguir pelo menos tirá-los de lá em segurança. Olhei ao redor, e me aproximei do vidro novamente.

AudazOnde histórias criam vida. Descubra agora