43 O Renascer das cinzas

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Mike

Fui jogado para longe, e caí sobre minha perna machucada, o carro não me atingiu, mas me virei para vê-lo do outro lado da avenida enfiado em uma árvore. Esperei para ver se a porta não se abriria. E quando tive certeza que ela não sairia dali, olhei para frente, encarando Danny, olhando para mim, com uma arma tremendo na mão.

— Por que as pessoas te defendem desgraçado? — Ela falou cerrando os dentes.

Puxei minha perna, e ofeguei vendo Wes caído na calçada, e Mariany amparando K de costas para nós. Como aquilo acabou daquele jeito?

Engoli em seco — Vá em frente. Acabe com essa merda, satisfaça sua raiva Danny. — Ela tremeu ainda mais, mas a encorajei — Não perca a coragem, me mate. — falei baixo — Eu subestimei você, então atire ou fuja.

Ela deu mais um passo na minha direção. — Por que eles amam você? Você não passa de um lixo humano que gosta de arrebentar mulheres!

Encarei-a sério — Eles são tolos. Você me conhece de verdade... Você sabe o que eu sou. Sabe que eu amava te ver sangrar... Atire logo, ou vão prender você.

Ela me encarou, e ergueu a arma para a minha testa. Sorri e fechei os olhos.

— Eu não sei o que ela viu em você. Mas... Mostre a ela que estou errada. — Ela sussurrou, e saiu correndo.

Baixei a cabeça, tentando me lembrar de como respirar. Maldita covarde!

Respirei fundo lutando com a dor, e rastejei até Wes, ouvindo os sons de sirenes se aproximando.

Coloquei o ouvido sobre seu peito, ouvindo sua respiração fraca e as batidas abafadas de seu coração — Wes... Me perdoe... Aguente firme amigo. O socorro está chegando.

Seu rosto estava esfolado, assim como os braços, as roupas estavam rasgadas e sujas, o carro devia ter passado sobre ele.

Segurei sua mão — Por favor, Wes... Não deixe minha mãe tirar você de mim. Aguente amigo.

Ele abriu os olhos, com uma expressão de dor, que me fez sorrir, por saber que ele ficaria bem.

— Onde está a Mari? — Ele balbuciou.

— Ela está bem. — Sorri chorando — Ela está bem Wes, obrigado por cuidar dela para mim.

Ele fechou os olhos e apertou minha mão. — Não estava protegendo só a ela Mike. — Ele falou baixinho sorrindo.

— Shh... Fique quieto. — Olhei para a rua e vi duas ambulâncias se aproximando. — Vão levar você Wes. Você vai ficar bem. Eu te amo amigo. Mas se tentar salvar minha vida de novo, eu mesmo mato você. — brinquei e lhe dei um beijo no rosto antes de me afastar.

Assim que os paramédicos chegaram até ele, me esforcei para me levantar e deixei que eles o imobilizassem.

Fiquei em pé, e fui arrastando minha perna até K e Mariany.

O tiro havia pego no ombro, no espaço entre o colete e o pescoço, Mariany fazia pressão tentando estancar o sangramento.

Olhei para ela com cara de dor, e baixei os olhos dela para K.

— Não se atreva a morrer, sua intrometida. Aquele tiro era para mim. — brinquei.

Ela sorriu se contorcendo — Não deixaria você morrer menino. Desculpe o atraso, perdoe por deixar que ela fosse pega.

— Cala essa boca, ela está bem, não está? — Sorri para ela, e os paramédicos chegaram nela também.

Ela pegou seu rádio e me entregou. — Fale com ele Mike.

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