Mariany
Ele adormeceu com a sedação e soltei seu rosto, apoiando sua cabeça no travesseiro, e descendo a cama para um ângulo mais confortável. Os médicos assumiram, e acompanhei cada passo, enquanto eles colocavam a medicação nele.
Arrumei as cobertas até seu peito, quando eles se afastaram, e olhei para trás, para encarar K, me olhando quase de boca aberta.
— O que foi? — perguntei emburrada.
Ela balançou a cabeça — Qual é o problema dele com agulhas?
— Se ele não contou a você, deve ser porque ele não quer que saiba. — respondi de cara fechada.
— Eu não sou a inimiga aqui Mariany, estou tentando ajudá-lo, tanto quanto você.
Aproximei-me dela — Será mesmo K? Será que você é somente uma senhora inocente encontrando diversão com um garoto de programa?
— Não estou entendendo. — Ela se fez de confusa.
— Katarina Sherwood. — falei na cara dela — Esse é seu nome não é? Acha que eu o deixaria aqui e não procuraria saber sobre essa benfeitora misteriosa?
Ela suspirou — Mariany, eu posso...
Dei mais um passo, e parei bem de cara com ela. — Você liderou a operação que desmembrou a agência! — Ela baixou a cabeça. — Você queria pegar o restante dos chefes, e o Mike caiu na sua teia como uma mosca burra! Não é isso? Me diga!
Ela segurou meu braço. — Vamos conversar lá fora.
Me soltei dela. — Não vou deixar ele aqui.
— Você está muito exaltada, vamos acabar acordando-o, e todo o drama das agulhas vai recomeçar. Ele precisa da medicação!
Olhei para ele, dormindo inquieto, e assenti, mas parei em frente à porta de seu quarto. — Aqui está bom.
Ela respirou fundo — Mariany, eu não tenho nada contra o Mike nos arquivos. Para todos os efeitos, Mikael Silvestre O'Donnel está morto. Eu realmente o encontrei por acaso, insisti, porque ele pareceu aberto a mim. Na segunda vez que o vi, ele estava completamente machucado, e consegui tirar dele algumas informações sobre a agência que eu não esperava conseguir. — Ela me encarou tranquilamente — Também não tenho nada contra você.
É claro que não. Mike fora cuidadoso quanto a isso.
— E quem você quer? — perguntei séria.
— Maria, Alexandre, Tom e Edith. — Ela falou por fim.
— A mãe do Mike? — falei confusa.
— Sim, ela, é quem eu faço mais questão de pegar. Maria também, mas Edith não entregou apenas o filho para o esquema, ela recrutava agenciados para Maria de fora do Brasil. Você acha que a sujeira estava concentrada apenas na agência a qual fez parte? — Ela balançou a cabeça negativamente — Mas a coisa é bem pior do que você pode imaginar. Você e ele... São apenas vítimas...
— E como sabe disso tudo?
— Rômulo, era meu superior. Você sabe que o pai dele é um militar de alta patente não é? — Assenti. Mike havia comentado certa vez — Rômulo me contou que sua mãe desconfiava dos "trabalhos" em que Edith colocava seu filho. Ele nunca foi próximo ao menino. Mas mandou que eu investigasse. Por algum motivo, na noite anterior á operação, alguns sócios escaparam. Pegamos apenas agenciados e alguns "treinadores", recolhemos os arquivos, e muitos deles estavam faltando também. Eu nunca imaginaria que o Mike era o filho dele.
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Audaz
Romance(+18) Mike é o mais jovem e cruel treinador da "agência" ele tem a tarefa de criar mulheres perfeitas para clientes de gostos exóticos. Ensina-las a suportar tudo e ignorar seus limites. Fascinada por uma vida melhor para ela e sua mãe, e com o des...