15 Dia da Vingança

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Mariany

Danny me deixou em meu quarto, com a mesma cara de pesar de sempre, olhando para meu rosto marcado. Fiquei pensando em que tipos de horrores ela imaginava que Mike fazia comigo. Que todos ali imaginavam. O teste... O dia da vingança... Eu não tinha do que me vingar. Mike sofria, cumprindo ordens de me machucar, e me parecia tão injusto me vingar nele... Mas era só mais uma das coisas que eu deveria fazer. E eu faria valer a pena.

Passei o dia pensando nele, no que ele devia estar fazendo, se estava na agência, ou se estava com sua avó. Nunca havia visto ele tão frágil como na manhã anterior. E soube que a aproximação do meu teste, mexia tanto com ele quanto comigo.

E aquela caixa? Ele me falou sobre ser seu trunfo, e agora... Eu a havia perdido.

Almocei, jantei, adormeci, e acordei com meu café da manhã na porta do quarto às oito da manhã.

— Seu teste será as duas, arrume suas coisas, e quando sair, deixe-as na recepção. — O homem alto que me levou até o Mike no primeiro dia falou baixo me entregando a bandeja. — Boa sorte.

Sorri levemente para ele, e peguei a bandeja fechando a porta.

Sentei-me na cama olhando as frutas, pães e o suco, mas não tive vontade nenhuma de comer. Meio que por instinto, peguei o prato com as três fatias de abacaxi, e vi um papel dobrado embaixo.

Abri-o e sorri.

"Bom dia da vingança para você Mariany, seu trunfo estará te esperando, assim como eu".

Mike... Ele devia ter arrumado um jeito de colocar a caixa no meu teste. Não fazia ideia de que trunfo era esse, mas fechei os olhos e agradeci.

Meu ânimo voltou tão depressa, que comecei a comer, e depois de limpar a bandeja, arrumei minhas coisas. Guardando delicadamente cada vestido dobrado dentro da mala, junto com meus sapatos. Escolhi o vestido preto para usar no teste, o vestido que Mike mais elogiou quando me entregou a bolsa que tinha comprado com seu próprio cartão, e fomos jantar em um dos restaurantes mais caros e reservados da cidade.

O almoço, como eu já esperava, não veio. Então me contentei com as latas de suco que abasteciam meu frigobar.

Meu estômago protestou por causa do nervosismo. Arrepios me subiam pela espinha só de imaginar as próximas horas.

Faltavam dez minutos para as duas da tarde, quando o mesmo homem abriu minha porta.

Assenti para ele, e peguei minha mala. Dei uma última olhada para o quarto, e saí com ele até a recepção.

Entreguei minha mala para Danny, e ela me abraçou. — Boa sorte. Eu espero que se divirta muito hoje, amiga. Ele merece cada coisa terrível que conseguir imaginar. — Ela afagou meu rosto marcado. — Faça por nós. — E segurou minha mão tentando me dar forças.

Assenti levemente, e o homem voltou a me conduzir. Me levou até a escada, e a um corredor no segundo andar. Cinco homens me observaram quando parei na porta da sala. Eles soltaram risinhos, e reconheci Alexandre entre eles. O homem abriu a porta e me deu passagem.

Fechei os olhos respirando fundo e entrei.

Ele me esperava, com uma camisa preta de botões, calça jeans e seu cinto de spikes, descalço, e com o rosto sereno, altivo, com ar de vitória.

Baixei a cabeça, como ele sempre me recomendava que fizesse quando tinham pessoas observando.

— Dia da vingança. — Ele sussurrou, e segurou meu queixo. — Erga a cabeça.

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