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George Fairchild faleceu em um dia frio de inverno, sua batalha contra o câncer acabou com ele lutando até o último instante, mesmo estando enfraquecido pela doença ele ainda tirava forças para escrever cartas para sebastian até o seu 21° aniversário.
Fazendo companhia para clary diante da lareira enquanto a garota lia algum de seus livros favoritos em voz alta.

Após muita discussão e conflitos, foi decidido que sebastian voltaria para nova york com a mãe enquanto clary ficaria na cidade ao lado de george que estava cada vez mais fraco já que o seu tratamento e a quimioterapia não estavam dando resultados e seu câncer aumentou rapidamente de estágio.

Sentada em uma cadeira ao lado de sebastian que agora encarava o vazio a sua frente e com a mãe ao lado, clary sentia-se pequena e impotente. Amaldiçoando a si mesma por não ter aproveitado a companhia de seu pai enquanto podia ou apenas se odiando por tantas vezes que havia sido má, sem motivo aparente. Mas ela sabia, sabia que seu pai a perdoaria, assim como ela devia se perdoar.

-Oh, minha querida.

Clary escutou a mãe lamentar enquanto passava os dedos por seus cabelos e tinha os olhos tão cheios e pesados de lágrimas que talvez não conseguisse enxergar direito.
A lembrança do último momento de George com a filha invadiu a cabeça de clary como uma fumaça densa.

*flashback*

-Acho que nunca irei entender você e a mamãe.

Clary deu uma pequena risada segurando a mão do pai enquanto o ajudava a caminhar em torno do lago em uma de suas caminhadas matinais.

-Sua mãe e eu...apenas não deu certo, clary. Eu consigo me lembrar de todas as vezes que ela me odiou por colocar meu trabalho a frente de vocês, é claro que ela estava tentando me dizer como eu era estúpido mas eu ...

Ele parou por momentos para respirar profundamente, clary reconhecia esses momentos como um dos momentos em que ele sentia dor, mesmo que não falasse.

-Eu não entendia.

Completou olhando para a luz do sol brilhando no lago pela manhã.

-Mas você nunca chegou a entender? A querer entender? Quer dizer, sentíamos tanto sua falta e...

-Quando pensa que se tem a vida toda pela frente,cometemos erros que achamos poder consertar em algum momento. Eu não sei em que momento, mas eu me mudei sabendo que havia algo errado, além de estar longe da minha família, tinha algo errado...comigo. Mas eu ignorei, ignorei quando sua mãe me mandava ir ao médico e fui prestar atenção quando desmaiei em uma reunião. Quando soube eu...falei, contei tudo pra julyenne e ela ficou tão furiosa...eu amo aquela mulher, acho que nunca deixarei de amar. Mas nós dois percebemos, nós dois decidimos que o melhor seria que eu tentasse me aproximar de vocês, acho que nós dois sabíamos que eu não teria muito tempo.

Clary tentou disfarçar que uma lágrima havia caído de seu olho.

-Acho que...tivemos pouco tempo afinal.

Para todo o sempre (1° e 2° TEMPORADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora