Eu volto a colocar o telemóvel dentro do avental, coloco novamente os meus fones com a música que acalma o meu peito e, claramente, certifico-me que não atendo chamadas inoportunas. Com uma esponja na mão e o prato na outra tento abstrair-me e vou lavando a louça descontraidamente. A minha música favorita faz-me abanar o meu corpo como se sacudisse a pressão que suporta os meus ombros. O mundo é o meu.
- Ai! Não acredito! - sem querer puxei o fio dos fones com o braço e eles foram parar dentro do lava loiça. - Fogo tudo me corre mal! - chateada retiro com cuidado os meus fones lavadinhos e acabo o meu trabalho.
De repente oiço a campainha a tocar inúmeras vezes como se a pessoa dependesse de entrar na minha casa para sobreviver a um ataque zombie.
- Já vai. - limpo as minhas mãos, retiro o avental e pego numa faca para iniciar a caça aos zombies.
- Olá, Lisie! Demoraste tanto tempo a abrir a porta! - entra por minha casa a dentro com uma pequena mala de viagem.
- O que vieste aqui fazer? Para que é essa mala?
- Esqueceste que temos um trabalho para entregar na segunda-feira? Como tínhamos combinado eu vinha dormir a tua casa. - senta-se no sofá.
- Já me tinha esquecido. Já jantaste? - sento-me a seu lado.
- Já, obrigado. Amanhã temos de fazer o trabalho.
- Pois, mas temos um pequeno problema. - Vera olha para mim. - Amanhã tenho jogo de manhã e de tarde e á noite ...
- Temos a tua festa de aniversário. - nem me deixou terminar a frase. - Estou ansiosa para ver aquele Deus dançarino.
- Johnny. - faço coraçõezinhos enquanto a olho como ás vezes a Denie me olha para falar do Diego.
- Para tola, eu estava a falar em relação á dança. - empurra-me com a almofada tentando parar-me.
- Sim é claro. - começo a rir-me. – Sempre gostaste dele, não sei porque nunca tentaste nada.
- Eu agora tenho o Thomas. - já me estava a esquecer desse. - O meu coração é só para ele. - dei um sorriso sincero porque para mim a felicidade dos que amo sobrepõem-se á minha.
Sempre!
- Olá, meninas. Por aqui, Vera? - cumprimenta-a.
Nem dei pelo seu chegar de minha mãe.
- A Vera veio fazer um trabalho de grupo que é para entregar na segunda-feira. Chegaste cedo, mãe.
- Eu consegui terminar mais cedo por isso vim logo a correr para ver se te apanhava antes de saíres. - senta-se ao nosso lado relaxando um pouco.
- Mãe, tenho jogo amanhã. Já sabes muito bem que em fins-de-semana de jogo eu não saio. Já vou sair amanhã para a minha festa.
- Já me tinha esquecido que amanhã tens jogo. Eu tenho trabalhado em demasia. - diz com um olhar cansadíssimo.
- Vera, temos de aproveitar agora para fazer o trabalho e depois no domingo eu dou uns retoques. Mãe, se não te importares nós vamos pra o meu quarto.
- É claro que não. Bom trabalho. - nós levantamo-nos e Vera pega na sua mala gigante.
Quando chegamos ao quarto, Vera pousa a sua mala e eu ligo o computador para começar a trabalhar. O tempo foi passando e como sempre eu estava a fazer o trabalho sozinha enquanto o telemóvel de Vera não parava de vibrar. O seu sorriso deixava-me feliz mas com uma dor no peito que o meu amor por Vera apaziguava. Cada vez que aquele telemóvel tocava eu sentia o meu peito a apertar como se estivesse a ser prensado pelas minhas costelas. Será que devia de contar-lhe que tenho falado com o Thomas? Não, nada aconteceu e ele já declaro que quer conhecer-me melhor por ela. O tempo foi passando e quando olho para o meu relógio grande e vejo, a cor vermelha, que já é meia-noite fico preocupada porque descansarei pouco tempo.
![](https://img.wattpad.com/cover/169569747-288-k655485.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
BETWEEN I - entre corpo e voz [Português De Portugal]
RomanceTEM AUDIOBOOK E ESTÁ CONCLUIDO Ser abusada deixa traumas para a vida! Apaixonada pelo lutador de boxe mas não pode se relacionar sexualmente devido ao seu trauma. Elizabeth Carter ou Lisie é uma menina simples com uma vida normalíssima mas com um p...