BETWEEN I - entre corpo e voz [Português De Portugal]

Capítulo 62 - Irresistível

Lentamente viro o meu corpo para o seu e a minha coragem de olhar os seus olhos é pouco. Eu fecho a porta do quarto, de cabisbaixo e, com a coragem a crescer aos poucos, levanto o meu queixo e os nossos olhos cruzam-se. Através dos seus olhos consigo ver que algo o preocupa e deixa um rasto de tristeza, aquela ruga na sua testa que só aparece quando ele está preocupado. Vagarosamente, ele aproxima-se de mim sempre com os seus olhos nos meus, a aquela mancha no seu olhar contagiou o meu. Repentinamente, a sua mão segura com força o meu braço e puxam o meu corpo que choca levemente com o seu. Antes que eu tenha tempo de olhar nos seus olhos, sinto um choque elétrico por todo o meu corpo. O toque dos seus lábios nos meus mexe comigo de uma forma que eu nem sei explicar. Os seus lábios movem-se de uma forma rápida e ardente logo, o meu corpo já reagiu. Os poros salientes na minha pele e o meu coração faz o meu peito acelerar enquanto aperta-me como sempre faz quando estou com ele. O desejo do seu toque humedeceu-me. Tudo que tenho na minha cabeça neste momento é o quanto desejo que ele toque em mim e desperte sensações que só senti uma vez, naquela noite. Entre o beijo, o seu peito encostado ao meu e os meus desejos que agitam a minha mente, o Diego começa a caminhar e eu sou guiada pelas mãos dele na minha cintura. Os meus olhos permanecem fechados e os nossos lábios não se desapegam por isso, o meu desejo contínua florescendo e, apesar de não sentir o de Diego, sei que ele sente o mesmo pela forma como toca no meu corpo e me beija. Entretanto, oiço a porta abrir e provavelmente estamos no quarto dele. Quando o som da porta a fechar passa entre o som do nosso beijo, o seu corpo empurra o meu contra a porta e fecha-a. Neste momento cada parte do seu corpo está encostado no meu e agora confirmo as minha suspeitas, o seu desejo é igual ao meu. Um leve gemido sai pelos meus lábios e entra na sua boca quando sinto o seu longo desejo encostado a mim. Eu levo uma das minhas mãos á sua nuca e rastejo-a passando os meus dedos pelos seus cabelos. A outra mão passeia pelas suas costas e sente os músculos contraídos por debaixo da sua camisola. Amava poder senti-los na minha pele. Um gemido sai da sua boca quando eu puxo levemente os seus cabelos. Tricar a sua orelha e puxar os seus cabelos mexe com ele, aos poucos eu vou descobrindo como o provocar e aumentar o seu desejo por mim. Seguidamente, ele segura as minhas mãos, coloca-as paralelas á minha cabeça e segura-as com força. Neste momento, eu estou entre o Diego, a porta e entre o meu desejo e o seu, relembro-me quando ele me beijou no quarto do hotel pela primeira vez, encostando-me á parede. As minhas costas sentem a madeira a aquecer, os cotos da minha mão esticam-se e a mão de Diego desliza sobre a minha. Ele entrelaça os seus dedos nos meus e aquele friozinho aparece de novo na minha barriga. Eu sinto as nossas mãos a moverem-se e de repente sinto os seus lábios a abrandarem os seus movimentos e a descolarem-se dos meus. A minha vontade é abrir os olhos, por outro lado, tenho medo que eles atrapalhem o momento.

- Não abras os olhos. – fala um pouco rouco e no fim deixa um leve beijo nos meus lábios.

As suas mãos largam as minhas e o som do cinto do meu casaco faz o meu peito apertar, eu respiro fundo. De repente sinto o tecido do meu casaco a descolar do meu corpo e oiço-o a cair no chão. Um beijo no meu ombro faz-me dar um pequeno salto. A ponta da sua língua em círculos faz-me mover a minha cabeça para o lado acompanhando o seu beijo que sobe pelo meu pescoço. Quando a sua boca chega perto da minha orelha, os seus dentes tocam no lóbulo e trinca-o levemente, parece que isto também mexe comigo. Suspiro. As suas mãos tocam na minha barriga e automaticamente ela contrai-se. Eu sinto o tecido da camisola a afastar-se do meu corpo e a mover-se para cima. Os seus dedos vão tocando levemente pela minha barriga enquanto levam a camisola a sair pela minha cabeça. Suspiro porque eu estou de soutien, no entanto, eu sinto-me menos envergonhado do que na última vez. Quando oiço a camisola a cair no chão, o silêncio prevalece. Eu sei que neste momento ele está a olhar para o meu corpo com aquele olhar que eu tanto gosto de contemplar. A minha vontade é abrir os olhos, sei que eles só atrapalharão o momento logo, contenho a minha vontade. Eu respiro fundo e o meu peito balança mais forte porque não sei o que ele está a fazer neste momento. De repente sinto a pele das suas mãos na minha barriga, deslizam pelas minhas costelas e sobem pelas minhas costas enquanto os seus lábios voltam a tocar no meu com uma suavidade que me deixa ainda mais quente. Toda a sua calma contraria os nossos corpos. A sua língua toca na minha, de seguida a sua boca foge e sinto-a no meu pescoço. A surpresa faz este momento mais especial. Não abras, penso e resisto. Onde será que ele me tocará a seguir? Eu inclino o meu pescoço para o lado contrário do seu beijo e algo faz o meu peito prender, as suas mãos nos meus jeans enquanto desapertam o botão. Em poucos segundos sinto as minhas calças a tocar os meus pés, a sua mão amarra o meu gémeo para me ajudar a retira-las. Novamente aquele silêncio que faz-me querer abrir os olhos porque sei que ele está a observar-me. Eu movo-os um pouco, com intenção de abri-los, mas as mãos de Diego cobrem-nos.