Capítulo 58 - Encontramo-nos lá

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O tempo não quer passar e ainda são 8h. Eu já arrumei as minhas coisas no armário do hotel e tomei um duche que me relaxou os músculos. A verdade é que, apesar de ter descansado na viagem, é duro estar sentada num banco e tentar dormir nele. Neste momento estou apenas coberta com o robe do hotel e vagueio pelo quarto. Eu olho novamente para as horas no meu telemóvel e ainda são 8h e 5 minutos. O que vou fazer para passar o tempo? É verdade, tenho de ligar á minha mãe! Com calma procuro o seu contacto e coloco a chamada a decorrer.

- Filha, já chegaste? - questiona com uma voz preocupada enquanto sinto um pouco de cansaço através dela, no meu país ainda é meia-noite.

- Sim, mãe. Fica descansada, eu estou bem e a viagem foi tranquila. O avião quase caía mas ...

- O quê? Tens a certeza que estas bem?! - expõe aflita e eu começo a rir.

- Estou a brincar, mãe. - digo ainda rindo e tenho a certeza que neste momento ela está com a mão no peito devido ao susto.

- Não se brinca com isso! - oiço o seu raspanete.

- Ok, ok. - rendo-me.

-Como é conhecer um lugar diferente, filha? - questiona ainda a recuperar do susto.

- É observar tudo ao pormenor e tentar guardar as imagens na nossa cabeça. - admito.

- Filha, compra uma máquina fotográfica e tira algumas fotografias. Aí, no japão, deves de encontrar algumas baratas. Eu amava ver como é o Japão. - as palavras da minha mãe fazem-me pensar no dinheiro disponível no cartão, mas não quero gasta-lo.

- Eu vou fazer isso. - afirmo enquanto me deito na cama.

-Quando voltas?

- Sinceramente, eu nem tinha estabelecido uma data de regresso, nem eles me disseram quando era. O combate é já amanhã, talvez irei na terça-feira.

- Vais perder alguns dias de aulas, eu sei que recuperas num instante. - as suas palavras fazem-me sorrir.

- Não é para me gabar, mas eu sou das melhores alunas da escola. - rio.

- E eu sou mãe da melhor aluna da escola. - oiço o seu riso que me alegra o peito. - Adeus ,filha, tenho de ir descansar. Tu porta-te bem e nunca te esqueças que te amo muito e que vou ter saudades tuas.

- Amo-te, mãe. Bom domingo. - falo sorrindo.

- Eu também amo-te, filha. Adeus. - oiço a sua voz a distanciar-se e desligo a chamada.

Quando termino a chamada procuro logo o contacto da Denie e realizo a chamada.

- Nǐ hǎo . - oiço a voz de Denie.

- Denie, isso é olá em chinês. Eu estou no japão e diz-se "Konnichiwa".

- Que estupidez. - ri-se do outro lado do mundo.

- Durante a viagem eu pesquisei e já decorei algumas palavras, o difícil é pronuncia-las. Mas, eu tive a ajuda do Monty. - exponho e logo Denie me interrompe.

- Quem é o Monty?

- É o meu guia pessoal. - comento enquanto me sento na cama.

- É giro? - coloco a mão na testa.

- Denie!

- Diz lá. - insiste.

- É, mas tem uma beleza muito simples, não é o teu tipo. - sacio a sua curiosidade enquanto me levanto e vagueio pelo quarto.

BETWEEN I - entre corpo e voz [Português De Portugal]Onde histórias criam vida. Descubra agora