Capítulo 100 (ULTIMO CAPÍTULO) - Um fim e um recomeço

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(O que está escrito a itálico é o que ainda vai acontecer.)

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Pé ante pé, caminho enquanto observo o alcatrão sujo que piso. A cada passo dado, sinto o meu peito a pesar como se a minha consciência tivesse a avisar-me que estou a fazer algo errado. No entanto, á medida que me afasto sinto-me mais aliviada dos sentimentos fortes que tenho dentro do peito.

- Lisie, não me faças isso. – oiço o desespero na voz tremida de Diego como se estivesse a perder as forças do corpo.

"Desculpa, Diego, mas não consigo mais." Penso. Os meus pés aceleram até que iniciam uma corrida entrando na escuridão da noite.

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10 horas antes....

- Lisie, vá lá! É o nosso terceiro dia de férias e ainda não saíste de casa. – respiro fundo ouvindo o reclamar trezentos e quarenta e um de Denie. - Olha lá para fora! Falta dias para o verão mas já está um sol lindo e maravilho que chama por nós! Eu quero ficar bronzeada e com uma cor de fazer inveja! – exclama olhando a bela montanha através da janela do meu quarto.

Às vezes sinto que ela chama por mim como se quisesse que eu a visitasse.

- Já acabou o monólogo? – enrolo-me nos lençóis da minha cama.

- O diálogo! – exclama indignada. - Porque não podemos fazer como todos os anos? Ir para a piscina, para a praia, para o rio, para o bar quase todos os dias... Tenho saudades. – bufa enquanto se senta na ponta da cama. – Mas sabes o que me chateia mais? – encolho os ombros. – É tu estares nesse estado OUTRA VEZ e não me contares o que se passa contigo. – levanta-se e deitasse a meu lado. – Como posso dar-te os meus conselhos se não sei o que tens? - observa-me com aqueles olhos de gatinho abandonado implorando para que lhe conte, eu não tenho coragem para o fazer.

- Denie, há muito tempo que queria fazer-te uma pergunta.

- Diz, pelo menos estamos a dialogar. – coloca um pequeno sorriso.

- O que sabes sobre a irmã do Thomas? – a minha pergunta deixa-a surpreendida mas ao mesmo tempo a sua boca tagarela começa a responder-me.

- Pelo que eu sei ela é a ovelha negra da família. Está sempre metida em discussões e para não falar que é ainda mais rebelde do que o irmão. Pelo que eu sei ela é sobredotada e faz a escola em casa. Desde dos 15 anos que ela podia ter ido para a universidade mas preferiu estar em casa a tirar cursos suplementares porque queria ser uma pessoa normal. Pelo que os meus pais me contaram ela já foi presa duas vezes e está sempre na vida louca entre bebida e a noite. – como é que o Ty pode ser ela? Penso. – Mas não te preocupes porque parece que o Thomas é um bocado menos rebelde do que ela, mas também o é.

- Ah, sim. Pois. – tropeço nas palavras e volto a enrolar-me nos lençóis.

- Meninas, venham senão fica tarde! – oiço a voz de Johnny da minha cozinha.

- Mais um dia, mais uma desculpa. – diz Denie enquanto se levanta da cama. – Mas logo vai ao bar! Eu já não suporto o Peter a perguntar-me todos os dias por ti e porque tu não lhe respondes ás mensagens e blá-blá-blá. E depois chega o Diego e não para de me chatear a perguntar por ti. Só falta o Thomas ligar-me também. – suspira.

- Não vou. –viro-me para o outro lado finalizando o diálogo.

- Elizabeth Carter, já chega! Logo vais, nem que venha buscar-te á força. – bufo. – Não há mais discussão! – oiço os seus passos pelo quarto. – Até logo, logooo. – oiço a porta do meu quarto a ranger.

BETWEEN I - entre corpo e voz [Português De Portugal]Onde histórias criam vida. Descubra agora