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A minha alma está cheia de contradições. Eu sou a protetora do próximo mas também preciso imenso de proteção. A capa que envolve os meus sentimentos esconde vários medos. Digamos que todos temos um calcanhar de Aquiles. Estou deitada na minha cama a ouvir música e a minha mente divaga. Admito que ainda estou a matutar naquele Thomas. Ninguém sabe quem ele é! Como é que namoram e nunca se viram? E se for um tarado? Aquela Vera só se mete em caminhos apertados e arrasta-me com ela. Olho através da janela e vejo que o sol está quase a ir embora. A chuva cai levemente logo, retiro um fone e fico a ouvir duas melodias acolhedoras. Olho ao longe e vejo aquela montanha coberta de neve que torna a minha vista do quarto magnífica. Perto de minha casa está um pequeno ribeiro completamente desumanizado, quer dizer, retirando a ponte formada por duas pedras na vertical e uma enorme na horizontal. Desde que me lembro daquele ribeiro sempre teve aquelas pedras. Que histórias elas não poderiam contar? Tantas marcas que encontro nelas pode ser uma história que nunca fora contada. Só elas saberão. Da minha janela consigo vê-las, ás vezes sinto que aquele lugar chama por mim.
- Lisie, cheguei. - oiço a voz de minha mãe. - Anda trouxe o jantar!
Retiro os fones, olho uma última vez para o exterior e levanto-me. Afinal não vou jantar sozinha. Saio do quarto e passo pelo corredor que vai dar á cozinha. Quando chego á cozinha vejo a minha mãe a retirar as compras das sacas e reparo que trouxe frango de churrasco para o jantar. Uma das minhas comidas favoritas.
- Pensei que ia comer sozinha, outra vez. - falo enquanto coloco a mesa.
- Sabes muito bem que esta é uma altura de muito trabalho. - responde um pouco irritada enquanto me ajuda a por a mesa.
- Só estou cansada de comer sempre sozinha e estar nesta casa a olhar para as paredes. - desabafo enquanto coloco os talheres.
- Eu compreendo, filha, aguenta mais um bocadinho. - dá-me um beijo na testa e senta-se á mesa. - E como foi o teu dia? - coloca a comida no meu prato e entrega-mo.
- Finalmente terminou os testes, aproveitei a tarde para relaxar. - começo a comer.
- Como achas que serão os resultados?
- Alguns testes foram difíceis mas acho que vou conseguir subir a biologia. Talvez consiga elevar a média. - continuo a comer.
- Muito bem, filha, assim fico muito orgulhosa. – sorrio-lhe.
O resto do jantar foi a conversar sobre o trabalho e eu aproveitei para lhe contar a nova paixão de vera. Depois, ajudei-a a arrumar a mesa e voltei ao quarto porque a minha mãe estava cansada e queria descansar. Farta da monotonia pego no meu caderno, abro-o e deixo a inspiração fluir:
A incerteza abala o meu peito
Como sismos fortemente sentidos
Aperta-o bem forte
Deixando os meus braços caídos.Embora fossem eles que segurassem o meu corpo
A minha barreira protetora é mais forte
Dando-me coragem
Fazendo da minha capa um forte.É a mente que me trás a imaginação
E permite-me navegar neste mar de incertezas
o meu barco de coragem vence a agitação
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BETWEEN I - entre corpo e voz [Português De Portugal]
RomansaTEM AUDIOBOOK E ESTÁ CONCLUIDO Ser abusada deixa traumas para a vida! Apaixonada pelo lutador de boxe mas não pode se relacionar sexualmente devido ao seu trauma. Elizabeth Carter ou Lisie é uma menina simples com uma vida normalíssima mas com um p...