Capítulo 35

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YANNA


Sentada entre as pernas de Christopher e tendo os pés massageados por Elliot, sinto-me a mulher mais sortuda do mundo. Sendo paparicada pelos dois homens maravilhosos por quem estou completamente apaixonada e mantenho uma relação para lá de inusitada, eu não poderia querer algo melhor.

Às vezes é surreal pensar que já estamos juntos há praticamente cinco meses (oito, se contarmos desde que nos conhecemos). Sei que não definimos o nosso relacionamento ou o que sentimos, mas, considerando que essas emoções continuam crescendo e que desejamos estar em companhia um do outro muito além do âmbito sexual, é inegável que existe algo realmente especial unindo a nós três. Algo que, do fundo do meu coração, torço para que nunca acabe.

Admito que de começo e até um tempo atrás, principalmente depois da conversa complicada que tive com Daniel (e já foi resolvida), fiquei insegura sobre essa relação, sobre o que Elliot e Christopher podem sentir por mim. Eles são noivos, estão namorando há anos, e eu somente entrei como uma terceira peça. O pensamento de que os dois pudessem me descartar a qualquer momento rondou minha cabeça e se tornou um tormento.

Ainda que eu tenha aceitado, independentemente se viveria tais sentimentos sozinha, foi uma escolha em que eu poderia perder muito. Só que ainda assim segui em frente e não me arrependo. Christopher e Elliot foram rompendo aos poucos essa apreensão e mostraram que eu não era apenas uma peça destoante, e sim o encaixe perfeito do arranjo que me convidaram a fazer parte.

E eu não poderia ser mais grata a eles.

Demorei tanto para voltar a provar a sensação de estar apaixonada que, mesmo com a impressão de que estou afundando em tantos sentimentos, eu não quero submergir.

Não quero desistir disso.

Dizem que a paixão é um sentimento que te consome por inteiro. Sou a prova de que é a mais pura verdade. Eu e o resto do mundo. E ainda que a incerteza seja uma constante companheira, todos se permitem ser engolidos por ela. É uma chama que arde tão intensamente, que, basta um segundo, e você é devorado. Chega a ser sufocante as vezes, mas igualmente um respiro de vida.

É irritantemente ambígua e maravilhosa.

Mas, sinceramente, o que venho vivenciando está longe de ser apenas paixão. É um sentimento que aflorou por acaso e ficou de propósito. Um sentimento que ao longo dos anos pensei que não conseguiria experimentar outra vez.

Eu ainda não tenho coragem de nomeá-lo, mas sei que ele existe. Sei que está em mim e por enquanto é o bastante. Ainda existem certos pontos que me impedem de fazê-lo. Porém, espero que algum dia, num futuro próximo, eu seja capaz de assumir.

E de confessar.

— Você tem mesmo que voltar para casa hoje? – Chris pergunta, fazendo um carinho gostoso em meu couro cabeludo.

A junção de seus dedos em meu cabelo e das habilidosas mãos de Elliot em meus pés quase me impede de formular a resposta. Sabe aquele momento em que você parece estar em transe de tão bom? Pois é.

— Baby? – Eli chama num tom risonho, provavelmente achando graça da minha cara de satisfação plena.

— Sim, eu tenho que voltar, pois... Huuuummm... – solto um suspiro de contentamento quando o loiro aperta um pontinho mágico bem no centro da sola do meu pé. Como isso é booooooooooommmm.

— Sabe que a probabilidade de não deixarmos você ir embora depois desse gemido é bem grande, não é?

— Vocês estão fazendo de propósito. – resmungo.

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